
Cardeal Fridolin Ambongo Besungu é cotado para suceder o papa Francisco
Com a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica entra em Sé Vacante e se volta para a escolha de seu novo líder. E um nome vem ganhando força nos bastidores do Vaticano: o cardeal Fridolin Ambongo Besungu, arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo.
Trajetória marcada pelo ativismo
Cardeal Fridolin Ambongo Besungu é cotado para suceder o papa Francisco graças ao seu perfil progressista e engajado socialmente. Capuchinho e doutor em teologia moral, ele foi nomeado cardeal por Francisco em 2019 e desde então integra o seleto grupo “C9”, que auxilia o pontífice na administração da Igreja.
Ambongo também preside o Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM), ampliando sua influência dentro e fora do continente africano. Sua atuação firme em defesa dos direitos humanos e das populações exploradas por empresas estrangeiras o alinha às causas defendidas pelo papa Francisco.
Voz firme, mas com autonomia
Apesar de sua ligação com Francisco, o cardeal já demonstrou independência em temas polêmicos. Em 2023, criticou publicamente a autorização do Vaticano para bênçãos a casais do mesmo sexo, afirmando que a medida não condiz com a realidade cultural africana.
Essa postura fortalece sua imagem de líder equilibrado — alguém que dialoga com o progresso, mas mantém fidelidade às tradições e autonomia diante de decisões centralizadas.
Investigado e apoiado
Em abril de 2024, Ambongo se tornou alvo de investigação judicial em seu país. Foi acusado de incitar a revolta e fazer declarações sediciosas. A Igreja do Congo classificou o inquérito como retaliação política, destacando sua coragem em denunciar injustiças.
Um papa vindo das periferias?
Cardeal Fridolin Ambongo Besungu é cotado para suceder o papa Francisco em um momento decisivo para a Igreja. Sua eleição representaria não apenas o primeiro papa africano desde o século V, mas também a continuidade de uma Igreja voltada aos pobres, às periferias e ao enfrentamento das desigualdades globais.
O mundo observa o Conclave com atenção — e o nome de Ambongo, mais do que uma aposta, representa um símbolo de mudança profunda.