Apagão noticioso em Gaza ameaça jornalismo mundial, diz diretor da Repórteres Sem Fronteiras

Thibaut Bruttin destaca as preocupações com a segurança dos jornalistas em meio ao conflito.

Thibaut Bruttin, da Repórteres Sem Fronteiras, alerta sobre a crise no jornalismo devido ao conflito em Gaza.

Apagão noticioso em Gaza e suas implicações para o jornalismo

Thibaut Bruttin, diretor da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), expressou grave preocupação sobre o estado atual do jornalismo em Gaza, destacando que a situação se tornou insustentável para os profissionais da área. Ele afirmou que o apagão noticioso em Gaza está colocando em risco não apenas a cobertura da região, mas também a liberdade de imprensa em escala global.

Contexto do conflito em Gaza

Os recentes conflitos entre Israel e Gaza geraram uma onda de violência que resultou na morte de mais de 200 jornalistas. Bruttin observa que essa situação é um reflexo de uma crise maior, onde a liberdade de expressão e a segurança dos repórteres estão sendo ameaçadas. O diretor da RSF afirma que a atual crise no jornalismo é um momento de inflexão, onde múltiplas crises podem ser instrumentalizadas para silenciar vozes críticas.

Reivindicações da Repórteres Sem Fronteiras

Recentemente, a RSF lançou uma campanha global, denunciando a situação dos jornalistas em Gaza. O slogan da campanha enfatiza a urgência da situação: “Ao ritmo em que os jornalistas palestinos estão sendo mortos, em breve não haverá mais ninguém para informá-los sobre Gaza”. A RSF fez três exigências: o fim dos crimes contra jornalistas, a evacuação daqueles que solicitarem e a abertura da Faixa de Gaza à imprensa internacional.

“Precisamos estar muito atentos e mobilizados, porque podemos entrar em um período de forte declínio.”

A luta contra a desinformação

Bruttin também abordou o uso indevido de conteúdos jornalísticos por plataformas de inteligência artificial, apoiando a ação judicial da Folha contra a OpenAI. Ele acredita que é fundamental que as plataformas respeitem os direitos autorais e garantam a responsabilidade em relação ao conteúdo que produzem. Essa questão se torna ainda mais relevante em um momento em que a desinformação se espalha rapidamente nas redes sociais.

O papel do Brasil no cenário atual

O diretor da RSF destacou que o Brasil possui um papel crucial no futuro do jornalismo, especialmente em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que pode impactar a liberdade de imprensa no país. Bruttin ressaltou que Bolsonaro não é apenas uma figura isolada, mas representa um sistema que tem tentado desacreditar jornalistas, tornando o ambiente mais hostil.

A importância da segurança dos jornalistas

Durante sua visita à COP30 em Belém, a RSF planeja discutir a segurança dos jornalistas e a desinformação climática. A organização enfatiza que a liberdade de imprensa e a proteção dos jornalistas são essenciais para garantir um debate público saudável e informado, especialmente em questões ambientais. O diretor destacou que o cenário de desmatamento e as atividades de mineração estão diretamente ligados à segurança dos jornalistas, que frequentemente se tornam alvos em tais contextos.

O cenário atual exige um compromisso renovado com a liberdade de imprensa e a proteção dos jornalistas, não apenas em Gaza, mas em todo o mundo. As ações da RSF e o apoio à liberdade de expressão são fundamentais para garantir que as vozes dos jornalistas sejam ouvidas e respeitadas, em um momento em que a verdade e a informação enfrentam desafios sem precedentes.

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