Aplicativo cearense promete reduzir perdas no cultivo de bananas

Inovação une agricultura e tecnologia para beneficiar produtores.

O aplicativo BananaRipe ajuda na detecção do grau de maturação das bananas, minimizando perdas.

A banana é uma das frutas mais consumidas no Brasil, e o país é o quarto maior produtor mundial. Contudo, sua rápida degradação devido ao amadurecimento pode resultar em significativas perdas para os agricultores. Com isso em mente, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) desenvolveram o aplicativo BananaRipe, que promete reduzir perdas ao detectar o grau de maturação das bananas.

A inovação tecnológica no campo

O BananaRipe utiliza inteligência artificial para classificar a maturação das bananas, permitindo que produtores e comerciantes façam previsões sobre possíveis perdas em seus estoques. Emannuel Diego de Freitas, doutorando na UFC e um dos criadores do aplicativo, relata que a ideia surgiu após conversas com agricultores da região de Iguatu. A proposta era integrar tecnologia e agricultura, aproveitando a experiência do campus em resolver problemas do setor.

A utilização de visão computacional é uma das inovações sugeridas para melhorar processos agrícolas, e o aplicativo já demonstrou uma impressionante taxa de precisão de 95,96%. Embora ainda esteja em fase de testes, a expectativa é que o app esteja disponível comercialmente em breve.

Como funciona o BananaRipe

O funcionamento do aplicativo é simples: o agricultor faz o download e utiliza a câmera do smartphone para fotografar a fruta. As imagens são analisadas pelo sistema, que determina o grau de maturação. A escolha da banana para o desenvolvimento inicial se deve à sua popularidade no Brasil, mas há planos para expandir a tecnologia para outras frutas, como mangas e melões.

“Estamos trabalhando em um conceito mais amplo de fruticultura de precisão, que pode ser aplicado a diversas frutas”, explica Danielo Gomes, professor e cientista chefe no ÍRIS Lab. A pesquisa não apenas aborda a questão da perda de frutas, mas também busca integrar a academia e o setor produtivo.

Desafios e oportunidades no setor

O Ceará é uma importante porta de saída para as frutas brasileiras, com cerca de 50% das exportações ocorrendo através do porto do Pecém. Com as dificuldades enfrentadas, como o tarifaço imposto por Donald Trump, os produtores correm o risco de perder a qualidade de suas frutas ou vendê-las a preços abaixo do mercado. O projeto do BananaRipe pode representar uma ferramenta valiosa para mitigar esses riscos.

Além de seu potencial econômico, o aplicativo tem um papel educativo significativo, promovendo a colaboração entre universidades e agricultores. A iniciativa é vista como um exemplo de como a ciência e a educação podem impactar positivamente a sociedade, inspirando novas soluções e inovações no campo.

A intersecção entre tecnologia e agricultura se mostra cada vez mais essencial na busca por um futuro sustentável e rentável para a fruticultura no Brasil. O que resta agora é acompanhar os próximos passos no desenvolvimento e na implementação do BananaRipe, que promete transformar a forma como os produtores lidam com suas colheitas.

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