Biotecnologia chinesa inova e desafia gigantes farmacêuticas

Biotecnologia chinesa inova e desafia gigantes farmacêuticas
Biotecnologia chinesa inova e desafia gigantes farmacêuticas

A Akeso, uma empresa de biotecnologia chinesa com menos de uma década de existência, surpreendeu o mundo ao lançar um medicamento que supera o famoso Keytruda no tratamento do câncer de pulmão. Entretanto, a biotecnologia chinesa inova e desafia gigantes farmacêuticas e marca um novo capítulo, que tem ganhado força nos últimos anos e está desafiando grandes nomes da indústria global.

Superando as expectativas

O novo medicamento da Akeso, chamado ivonescimab, demonstrou resultados clínicos promissores. Em testes realizados na China, ele mostrou que os pacientes tratados com a nova terapia mantiveram os tumores sob controle por 11,1 meses, contra 5,8 meses de eficácia do Keytruda, um dos tratamentos mais vendidos da Merck.

Essa conquista não passou despercebida: as ações da Summit Therapeutics, parceira da Akeso nos EUA, dispararam após o anúncio. A empresa agora detém os direitos de comercialização do medicamento na América do Norte e na Europa, ampliando ainda mais as perspectivas de sucesso internacional para a biotecnologia chinesa.

Ascensão da biotecnologia chinesa

Nos últimos anos, as empresas farmacêuticas chinesas deixaram para trás o modelo de “imitação” e começaram a criar medicamentos inovadores capazes de competir com as ofertas ocidentais. Um exemplo disso é o acordo de US$ 1,92 bilhão da AstraZeneca com a CSPC Pharmaceutical Group da China para o desenvolvimento de medicamentos cardiovasculares.

O mercado de biotecnologia chinês tem crescido a uma taxa acelerada. De acordo com dados recentes, o número de acordos de licenciamento de medicamentos saltou de 46 em 2017 para mais de 200 em 2023. O valor total desses acordos também aumentou consideravelmente, passando de US$ 4 bilhões em 2017 para US$ 57 bilhões no ano passado.

Desafios e resistência local

Embora o avanço das empresas de biotecnologia chinesas seja visível no exterior, dentro da China ainda existe resistência. A desconfiança com relação à qualidade dos medicamentos genéricos fabricados no país é profunda, o que levou a uma investigação sobre os produtos fabricados localmente. A Akeso, por sua vez, aposta na qualidade de seu medicamento inovador, que não é genérico, e está em processo de aprovação internacional.

Embora a biotecnologia chinesa esteja desafiando gigantes farmacêuticas, a validação global, como a aprovação do medicamento da Akeso pela China, é um passo importante para comprovar que essas empresas podem competir com os melhores nomes do setor, como Merck e AstraZeneca.

O futuro da biotecnologia global

Se o ensaio clínico global em andamento para o ivonescimab resultar em bons resultados, ele não apenas fortalecerá a posição da Akeso, mas também evidenciará o avanço significativo da China na inovação farmacêutica. Esse movimento demonstra que a biotecnologia chinesa está, de fato, se preparando para competir com as maiores farmacêuticas do mundo, colocando o país como uma referência no desenvolvimento de medicamentos de ponta.