Um ícone da cena LGBTQIA+ brasileira
A boate La Cueva, localizada em Copacabana, celebra 61 anos de funcionamento, resistindo a diversas adversidades e mantendo um público maduro.
A boate La Cueva, um dos mais icônicos espaços LGBTQIA+ do Brasil, celebra 61 anos de existência. Inaugurada em 6 de janeiro de 1964, a casa noturna se tornou um símbolo de resistência e acolhimento, especialmente para o público maduro. Desde sua abertura, a boate enfrentou diversos desafios, incluindo a repressão durante a ditadura militar e a epidemia da AIDS nos anos 1980.
A história da La Cueva
Localizada em Copacabana, a La Cueva é considerada a mais antiga boate gay da América Latina e a terceira do mundo. O atual proprietário, Marco Antônio Reís, que adquiriu o espaço há dois anos, mantém o foco original da casa, que é atender um público maduro e urso. O ambiente, decorado de forma a simular uma caverna, oferece uma experiência única, com capacidade para 200 pessoas, que se reúnem para dançar e socializar ao som de clássicos das décadas de 70 e 80.
O público e a atmosfera
A boate atrai um público diversificado, composto por homens de várias idades que buscam um espaço de aceitação e diversão. Frequentadores antigos como Breno, de 60 anos, destacam a qualidade da música e a atmosfera acolhedora como razões para retornar à La Cueva. A casa também é um local onde gerações mais novas podem aprender sobre a história e cultura LGBTQIA+, muito importante em tempos de liberdade.
Desafios ao longo dos anos
Ao longo de suas mais de seis décadas de atuação, a La Cueva já enfrentou diversas dificuldades, desde batidas policiais durante a ditadura até a necessidade de se adaptar às mudanças sociais e tecnológicas. Reís acredita que a longevidade da boate se deve não apenas à fidelidade do público, mas também a uma nova percepção sobre a velhice, onde pessoas acima de 50 anos são vistas como ainda cheias de vida e experiências para compartilhar.
A La Cueva continua a ser um símbolo da luta e celebração da diversidade, provando que, apesar dos desafios enfrentados, a comunidade LGBTQIA+ encontra maneiras de se unir e resistir.