Autismo no Brasil: um retrato inédito
Pela primeira vez na história dos censos demográficos, o Brasil incluiu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O resultado: o Brasil tem 2,4 milhões de pessoas com diagnóstico de autismo, o que representa 1,2% da população.
A inclusão da pergunta sobre TEA foi determinada pela Lei nº 13.861/2019, com o objetivo de retratar com mais precisão essa parcela da população.
Mais diagnósticos entre meninos e crianças
Entre os diagnosticados, os homens são maioria: 1,4 milhão, contra 1 milhão de mulheres. Eles predominam nas faixas etárias de 0 a 44 anos, especialmente entre 5 e 9 anos, com 2,6%. Em seguida aparecem as faixas de 0 a 4 anos (2,1%), 10 a 14 anos (1,9%) e 15 a 19 anos (1,3%).
Esse dado, segundo o IBGE, reflete um avanço na busca por diagnósticos precoces por parte de pais e responsáveis.
Perfil racial dos diagnosticados
A autodeclaração de cor/raça revelou que, entre os 2,4 milhões de brasileiros com TEA:
• 1,3% são brancos
• 1,2% amarelos
• 1,1% pretos
• 1,1% pardos
• 0,9% indígenas
Educação: avanço entre pessoas com TEA
A taxa de escolarização entre pessoas com autismo (36,9%) é superior à média nacional (24,3%). Segundo o IBGE, 760,8 mil estudantes com 6 anos ou mais foram diagnosticados com TEA, o que representa 1,7% do total de estudantes brasileiros.
Vale lembrar que o Censo considera apenas a matrícula na rede de ensino, sem avaliar a qualidade educacional recebida.
Deficiência no Brasil: mais de 14 milhões
Além dos dados sobre o autismo, o Censo 2022 identificou 14,4 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência (7,3% da população com 2 anos ou mais).
A pesquisa considerou dificuldades nos seguintes domínios:
• Visão
• Audição
• Locomoção
• Coordenação motora fina
• Funções mentais
As deficiências foram classificadas em quatro graus: nenhuma, alguma, muita e total dificuldade.
Onde estão e quem são as pessoas com deficiência?
A maior concentração de pessoas com deficiência está no Nordeste (8,6%), seguido por Norte (7,1%), Sudeste (6,8%), Sul (6,6%) e Centro-Oeste (6,5%).
Por cor/raça:
• Pardos: 44,8%
• Brancos: 42,1%
• Pretos: 12,2%
• Indígenas: 0,5%
• Amarelos: 0,4%
Tipos mais comuns de deficiência
As deficiências permanentes mais relatadas foram:
• Dificuldade para enxergar (4%)
• Para andar ou subir degraus (2,6%)
• Para pegar objetos pequenos (1,4%)
• Para funções mentais (1,4%)
• Para ouvir (1,3%)
Desigualdade na educação de pessoas com deficiência
A taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência (21,3%) é quatro vezes maior que a da população geral (5,2%).
Além disso, 63,1% das pessoas com deficiência com 25 anos ou mais não completaram o ensino fundamental, o dobro da média nacional.
Leis garantem direitos, mas desafios persistem
A Constituição de 1988 e a Lei Brasileira de Inclusão (2015) garantem o direito à educação pública, gratuita e inclusiva.
Por lei, os sistemas de ensino devem:
• Oferecer acessibilidade e eliminar barreiras
• Promover a inclusão plena
• Assegurar o aprendizado ao longo da vida
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