Câmara de BH declara Moraes persona non grata na cidade

Moção aprovada provoca debate intenso entre vereadores.

Câmara Municipal de Belo Horizonte declara Moraes persona non grata em votação polêmica.

Câmara de BH declara Moraes persona non grata

A Câmara Municipal de Belo Horizonte decidiu, em uma votação simbólica, declarar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, persona non grata na capital mineira. A Moção nº 139 de 2025, de autoria do vereador Pablo Almeida (PL-MG), foi aprovada em 8 de setembro de 2025, e provocou um intenso debate entre vereadores de diferentes partidos.

O que motivou a moção contra Moraes

O vereador Pablo Almeida justificou a proposta citando a sanção de Moraes pela Lei Magnitsky, um instrumento que, segundo ele, o torna um pária não só em Belo Horizonte, mas também em todo o país. Almeida enfatizou que Moraes é visto como um ‘ditador’ que estaria buscando uma ‘revanche’ em relação aos acontecimentos de 8 de janeiro em Brasília. Ele acrescentou que a aplicação da Lei Magnitsky é uma medida que visa punir terroristas e violadores dos direitos humanos.

Reação dos vereadores

A moção, que já havia sido impugnada anteriormente por vereadores do PT, gerou uma série de manifestações. O vereador Pedro Patrus (PT-MG), um dos que se opôs à proposta, argumentou que o regimento interno da Câmara não permite a declaração de personas non grata, considerando-a uma ferramenta de perseguição política. Ele alertou que essa ação poderia acarretar problemas jurídicos para a Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Iza Lourença (Psol-MG) também se manifestou, defendendo a importância do STF para a manutenção da democracia no Brasil. Embora reconhecesse erros de Moraes, Lourença destacou seu papel crucial na proteção democrática do país.

Votação e desdobramentos

Uma moção de apoio a Moraes, proposta por Pedro Rousseff (PT-MG), foi rejeitada pelos vereadores, demonstrando uma clara divisão nas opiniões sobre o ministro. A proposta de apoio visava respaldar a decisão de Moraes em relação à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, mas foi impugnada por Almeida e outros vereadores do PL. A tentativa da oposição de adiar a votação foi recusada, e a maioria dos vereadores optou por não apoiar a declaração de apoio ao ministro.

As moções são instrumentos utilizados pela Câmara para manifestar apoio ou protesto em relação a ações de relevância pública, e essa votação destacou as tensões políticas presentes na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

O que se observa é um cenário de polarização, onde as opiniões sobre Alexandre de Moraes estão fortemente divididas, refletindo a complexidade da política brasileira atual. A declaração de persona non grata pode ter implicações não apenas para Moraes, mas também para a relação entre a Câmara Municipal de Belo Horizonte e o STF, além de potencialmente afetar o clima político na cidade.

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