Catedral e prédio da Petrobras passam por reformas de grande porte no Rio

Intervenções visam revitalizar ícones arquitetônicos da cidade após 50 anos

Catedral e prédio da Petrobras no Rio passam por reformas significativas pela primeira vez em 50 anos.

Catedral e prédio da Petrobras passam por reformas de grande porte

A Catedral Metropolitana de São Sebastião e o Edifício Sede da Petrobras no Rio de Janeiro estão passando por reformas significativas pela primeira vez em 50 anos. Essa é uma oportunidade única para revitalizar dois dos principais marcos arquitetônicos da cidade. As intervenções não apenas visam a conservação dos edifícios, mas também a melhoria da acessibilidade e da funcionalidade dos espaços.

Reforma da Catedral Metropolitana de São Sebastião

Erguida em 1976, a Catedral Metropolitana é um dos símbolos da cidade e agora enfrenta sua primeira grande reforma. Com um investimento de R$ 68,8 milhões, as obras incluem a reconstrução dos vitrais em “dalle de verre” e a pintura da fachada com tinta especial para resistir às intempéries. A conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2026, e os trabalhos são feitos em etapas para garantir a continuidade das celebrações e visitas.

“Estamos trabalhando tanto na fachada quanto internamente. São mais de 67 mil m² de recuperação de concreto, além de melhorias nas áreas internas”, explica Rony Silva, diretor de manutenção da Emop (Empresa Municipal de Obras Públicas e Serviços). A missão mais delicada é restaurar os vitrais, que requerem um cuidadoso processo de desmontagem e inspeção antes de serem recolocados.

O impacto da reforma na arquitetura do Rio

Para o padre Cláudio dos Santos, pároco da Catedral, a reforma é fundamental para ressaltar a imponência do edifício. “Recebemos pessoas do mundo todo, não só católicos. Estar bem conservada é importante para a fé e para a cidade”, afirma. Essa reforma é parte do Programa Infratur, criado pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em 2023, que visa recuperar prédios e equipamentos turísticos, incluindo a Catedral Presbiteriana do Rio e o terreiro Ilé-Axé-Opô-Afonjá.

Revitalização do Edifício Sede da Petrobras

Construído em 1973, o prédio da Petrobras também está passando por uma reforma significativa, com um custo estimado em R$ 1,3 bilhão. A intervenção inclui a substituição de vidros e elementos da fachada, sem perder o desenho original do edifício, que é um marco da arquitetura corporativa moderna brasileira. Internamente, a estrutura de concreto será mantida, mas os sistemas hidráulicos e elétricos estão sendo totalmente reformulados. A Petrobras espera que a reforma dure cerca de dois anos, durante os quais os funcionários foram realocados para outros prédios da estatal.

A importância do tombamento e a preservação do patrimônio

Mario Brum, professor de História da Uerj, alerta que a falta de tombamento federal torna esses edifícios mais vulneráveis. Ele defende que a revitalização de construções como a Catedral e o edifício da Petrobras é essencial para manter a história e a identidade da cidade. “A arquitetura modernista, que reflete a ideia de um Brasil em crescimento, é fundamental para a paisagem urbana”, explica.

Desafios e oportunidades para o centro do Rio

Embora a revitalização isolada dos edifícios não resolva todos os problemas do centro do Rio, que enfrenta esvaziamento e um uso restrito a atividades comerciais, pode contribuir para tornar a área mais atraente. Brum acredita que qualquer política que torne o centro mais agradável e iluminado ajudará a reverter o passivo urbano, e a conservação de ícones como a Catedral e a Petrobras é parte desse processo.

A revitalização dessas estruturas é um passo importante para a preservação da história e da cultura do Rio de Janeiro, e suas obras trazem à tona questões sobre a importância do patrimônio arquitetônico e a necessidade de um planejamento urbano que favoreça a convivência entre o moderno e o histórico.

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