Pesquisadores da Unicamp desenvolvem modelos para investigar a doença com células-tronco
Cientistas da Unicamp criam minicérebros e neurônios para estudar a depressão em laboratório.
Cientistas da Unicamp, em Campinas, estão em busca de um avanço significativo na pesquisa sobre depressão ao desenvolver minicérebros e neurônios em laboratório. Essa iniciativa inovadora permite que os pesquisadores observem, em tempo real, as mudanças que ocorrem no cérebro de indivíduos deprimidos, utilizando células da pele e do sangue.
Avanços na medicina regenerativa
O Laboratório de Neuroproteômica, liderado pelo biólogo Daniel Martins-de-Souza, utiliza células-tronco reprogramadas para criar os minicérebros e neurônios. Essa técnica baseia-se em uma descoberta que rendeu o Prêmio Nobel de Medicina em 2012 a dois cientistas, permitindo a criação de diferentes tipos de tecidos a partir de células-tronco. A capacidade de reproduzir o cérebro humano em um ambiente controlado é uma ferramenta poderosa para a pesquisa, pois oferece uma alternativa ética e viável para os estudos sobre a depressão.
Por que utilizar células-tronco?
A utilização de células-tronco é justificada pela impossibilidade de coletar tecidos cerebrais de pessoas vivas. Além disso, induzir a depressão em modelos animais apresenta desafios éticos e científicos. Assim, ao criar um ambiente de laboratório que mimetiza o cérebro humano, os cientistas podem observar o desenvolvimento celular e entender como as células se transformam em neurônios, fornecendo respostas valiosas sobre a progressão da doença.
Pesquisas em andamento
As investigações no laboratório são extensas e focam em diversos aspectos da saúde mental. Um dos pontos centrais é a análise dos efeitos da cannabis medicinal em condições psiquiátricas. Diversas pesquisas globais sugerem que a substância pode tratar pelo menos 20 diferentes quadros de saúde, embora também existam evidências de potenciais efeitos adversos que precisam ser mais bem compreendidos. Essa linha de investigação é fundamental para aprofundar o conhecimento sobre a interação entre cannabis e saúde mental.
Contexto global da saúde mental
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo vivem com problemas de saúde mental, sendo a depressão e a ansiedade os mais prevalentes. A compreensão de como essas condições se manifestam no cérebro é crucial para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes. O tempo que leva para que tais estudos resultem em novas terapias pode parecer longo, mas cada descoberta é um passo em direção a melhores cuidados para os pacientes.
Estudos como os realizados na Unicamp são essenciais para avançar no entendimento das doenças mentais. A esperança é que os resultados obtidos a partir da pesquisa sobre minicérebros e neurônios em laboratório contribuam significativamente para a melhoria do tratamento psiquiátrico, oferecendo novas perspectivas e possibilidades terapêuticas no futuro.