Consultoria eleva estimativa da produção de soja no Brasil para 2025/26

A nova projeção aponta um aumento significativo na produção e nas exportações.

A produção de soja no Brasil deve alcançar 180,92 milhões de toneladas em 2025/26, segundo a consultoria Safras & Mercado.

A produção de soja no Brasil está em ascensão, com a consultoria Safras & Mercado projetando que a safra de 2025/26 poderá alcançar 180,92 milhões de toneladas. Essa previsão representa um crescimento de 5,3% em comparação com a safra anterior, que foi de 171,84 milhões de toneladas. Em julho deste ano, a expectativa era de 179,88 milhões de toneladas, indicando uma leve revisão positiva no cenário.

Projeções de área plantada e produtividade

O levantamento indica que a área destinada ao cultivo de soja deverá aumentar em 1,2%, passando de 47,64 milhões para 48,21 milhões de hectares. A produtividade média esperada é de 3.771 quilos por hectare, superando os 3.625 quilos registrados na safra anterior. Rafael Silveira, analista da Safras & Mercado, ressalta que as revisões das estimativas foram modestas e que apenas a colheita confirmará a área e a produtividade reais. Ele também destacou que, embora haja expectativa de aumento na área plantada, os custos elevados e as dificuldades de financiamento podem restringir a adoção de tecnologias agrícolas.

Cenário regional para a soja

No Rio Grande do Sul, a expectativa é de uma safra robusta, desde que as condições climáticas sejam favoráveis. Nos estados do Centro-Oeste, a previsão é de manutenção da área plantada, mas com boas perspectivas de produção. Em Mato Grosso do Sul, é esperada uma recuperação em relação às perdas anteriores, enquanto em Mato Grosso a área pode ser ampliada, mas com um uso de tecnologia reduzido, o que pode impactar a produtividade. No Nordeste, há uma expectativa de crescimento na área plantada e bons índices de produtividade.

“Ainda não há definição clara sobre a relação China x EUA e os chineses seguem sem grandes compras de soja americana.”

Exportações e outras previsões

A Safras projeta que as exportações de soja do Brasil alcançarão 108 milhões de toneladas em 2026, um aumento de 3% em relação às 105 milhões de toneladas previstas para 2025. Para o esmagamento, espera-se que o volume atinja 59,5 milhões de toneladas em 2026, ligeiramente acima das 59 milhões de toneladas na projeção anterior. Para 2025, a previsão foi elevada de 57 milhões para 58 milhões de toneladas, enquanto as importações devem se manter em 150 mil toneladas para 2025, com a consultoria não prevendo importações para 2026.

A oferta total de soja em 2026 deve atingir 188,29 milhões de toneladas, o que indica um crescimento de 8%. A demanda, por sua vez, é estimada em 170,9 milhões de toneladas, representando um aumento de 3% em relação ao ano anterior. Os estoques finais devem crescer 136%, passando de 7,37 milhões para 17,39 milhões de toneladas.

Impacto do mercado internacional

Silveira explica que o aumento nas projeções de exportação para 105 milhões de toneladas se deve à falta de clareza nas relações comerciais entre China e EUA, já que os importadores chineses não têm realizado grandes compras de soja americana, enquanto as exportações brasileiras se mantêm robustas. Esse movimento, embora reduza o balanço em cerca de 2 milhões de toneladas, ainda resultará em um estoque elevado entre 2025 e 2026, em comparação com o ciclo anterior.

A produção de farelo de soja deve atingir 46,708 milhões de toneladas em 2026, com um crescimento de 3%. As exportações devem crescer 4%, totalizando 24 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 20,7 milhões de toneladas, um aumento de 8%. Os estoques tendem a aumentar 38%, alcançando 7,295 milhões de toneladas.

A produção de óleo de soja também deve crescer 3%, alcançando 11,603 milhões de toneladas. As exportações, no entanto, devem recuar 17%, para 1 milhão de toneladas, enquanto o consumo interno deve aumentar 6%, chegando a 10,8 milhões de toneladas. O uso destinado a biodiesel deve subir 6%, para 6,2 milhões de toneladas, com os estoques finais caindo 17%, para 229 mil toneladas.

Em meio a esse cenário, os produtores de soja devem acompanhar de perto as cotações e as tendências do mercado, uma vez que a dinâmica de oferta e demanda pode impactar significativamente seus resultados financeiros. Além disso, o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e a adaptação às condições climáticas serão fundamentais para a manutenção da produtividade na próxima safra.

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