A CPMI que investigará as fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já tem seus primeiros alvos definidos. O relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), revelou que a comissão focará no rastreamento dos recursos desviados do sistema previdenciário, prometendo seguir o “caminho do dinheiro”. A declaração foi feita em entrevista à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, que revelou o escândalo.
Gaspar adiantou que convocará ministros da Previdência Social que ocuparam o cargo por mais tempo durante os governos de Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Além deles, todos os presidentes do INSS também serão chamados para prestar esclarecimentos. A medida visa otimizar o processo de oitivas, priorizando aqueles com maior tempo de gestão.
O plano de trabalho da CPMI será estruturado em seis eixos investigativos, abrangendo desde o modus operandi das fraudes até a identificação de mecanismos de proteção para prevenir novas ocorrências. Segundo o deputado, a comissão terá “começo, meio e fim”, buscando uma compreensão abrangente do esquema. O objetivo é garantir que os responsáveis sejam identificados e punidos, e que o sistema previdenciário seja fortalecido.
“O aposentado está passando fome em casa, com sacrifício, mas tem alguém que colocou o dinheiro no bolso, morando em cobertura luxuosa, com aeronaves, barcos, propriedades no exterior. Temos de percorrer o caminho desse dinheiro”, enfatizou o relator. A declaração demonstra a determinação da CPMI em responsabilizar aqueles que se beneficiaram das fraudes em detrimento dos beneficiários do INSS.
A investigação teve origem em uma série de reportagens do Metrópoles, publicadas a partir de dezembro de 2023. As denúncias revelaram um aumento expressivo na arrecadação de entidades com descontos de mensalidades de aposentados, atingindo R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações enfrentavam milhares de processos por fraudes nas filiações de segurados. As revelações levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal e culminaram em demissões.
Fonte: http://www.metropoles.com