CPMI do INSS inicia com disputa de narrativas entre governo e oposição

Fase de audiências começa com depoimentos de ex-ministros da Previdência

A CPMI do INSS inicia suas atividades em meio a disputas políticas sobre fraudes.

A CPMI do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começa suas atividades em um cenário marcado por disputas de narrativas entre governo e oposição. Desde antes de sua instalação, as partes já se posicionavam sobre a origem das fraudes, atribuindo responsabilidades à gestão de Jair Bolsonaro (PL) ou à de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta semana, a comissão dará início à fase de audiências, com o primeiro depoente sendo Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, que deixou o cargo em maio de 2025 após a revelação dos escândalos.

O que se espera da CPMI do INSS

A CPMI tem como objetivo investigar um esquema de fraudes relacionadas a descontos indevidos em aposentadorias, conforme revelado por reportagens do Metrópoles. O escândalo ganhou notoriedade a partir de dezembro de 2023, quando o portal publicou uma série de matérias sobre o aumento significativo na arrecadação de entidades sindicais, que chegou a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto os processos por fraudes se acumulavam. As investigações da Polícia Federal (PF) foram impulsionadas pelas reportagens, levando à Operação Sem Desconto, que resultou na demissão do presidente do INSS e de Carlos Lupi.

Quem são os principais envolvidos na CPMI

#### Carlos Lupi
Ex-ministro da Previdência, Lupi é um dos primeiros a ser ouvido na CPMI. Sua gestão é alvo de investigações sobre fraudes.

#### Carlos Viana
Presidente da CPMI, Viana foi eleito em uma reviravolta política e é visto como oposicionista.

#### Frei Chico
Irmão do presidente Lula e vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Frei Chico é mencionado em investigações sobre arrecadação ilegal.

O impacto das convocações na CPMI

A CPMI recebeu um total de 253 requerimentos, incluindo solicitações de convocação de figuras públicas e pedidos para quebra de sigilo. A comissão, que envolve ex-ministros de governos passados, busca esclarecer a responsabilidade pelas fraudes no INSS. Apesar da composição da comissão ser considerada desfavorável ao governo, os governistas conseguiram evitar convocações que poderiam prejudicar a imagem do presidente Lula. O presidente Carlos Viana declarou que no momento não há previsão de convocar Frei Chico, afirmando que a comissão chamará apenas aqueles que tenham evidências de envolvimento nos desvios.

O que se observa agora é um processo de investigação que poderá trazer à tona novas informações e aprofundar a análise sobre o papel de entidades sindicais e de figuras políticas no esquema de fraudes. As próximas audiências e depoimentos serão cruciais para determinar o rumo das investigações e a possível responsabilização dos envolvidos. Com a CPMI em andamento, a expectativa é que novas revelações impactem não apenas a política, mas também a confiança do público nas instituições responsáveis pela gestão do INSS.

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