Aumento expressivo das fatalidades é observado nas estradas paulistas.
Mortes de motociclistas em rodovias de SP aumentaram 17% no primeiro semestre de 2025.
O aumento das mortes de motociclistas em rodovias paulistas é alarmante. No primeiro semestre de 2025, as fatalidades subiram 17% em comparação ao mesmo período de 2024. Foram 461 óbitos registrados, um aumento significativo em um cenário onde o total de mortes em rodovias permanece quase estável, com 1.243 vítimas fatais neste ano, apenas sete a menos que no ano anterior.
Fatores que contribuem para o aumento da letalidade
O uso crescente de motocicletas para deslocamentos diários, combinado com a alta velocidade permitida nas rodovias, é uma das principais explicações para o aumento das fatalidades. Nas rodovias, a velocidade máxima pode chegar a 120 km/h, o que é consideravelmente mais elevado do que nas áreas urbanas. Esse fator de risco acentua as consequências de acidentes, como demonstrado pelo caso recente de um motociclista que perdeu a vida após colidir com uma placa de sinalização na rodovia Anhanguera.
“Um pássaro ou uma pedra que atinja esse motociclista o coloca em alto risco”, afirma Mariana Novaski, coordenadora da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global.
Estatísticas alarmantes nas principais rodovias
Entre as rodovias, a Anhanguera se destaca com 27 mortes de motociclistas no primeiro semestre de 2025, um aumento de 35% em relação ao ano anterior. No trecho que liga São Paulo a Cordeirópolis, foram 19 óbitos, comparados a 11 no mesmo período de 2024. A concessionária Autoban, responsável pela gestão dessa rodovia, implementou campanhas educativas para promover a condução segura entre os motociclistas.
O panorama de segurança nas estradas
A rodovia Presidente Dutra, que liderava as estatísticas de mortes em 2024, viu uma redução no número de fatalidades, com 23 motociclistas mortos no primeiro semestre de 2025. A concessionária RioSP relatou que, de janeiro a agosto de 2025, foram realizadas 13 campanhas específicas para motociclistas, com a participação de 1.150 pessoas.
A crescente quantidade de motocicletas no estado, que aumentou 25% desde 2019, também é um fator que contribui para essa situação. Segundo dados do Ministério dos Transportes, 34,2 milhões de proprietários de motos estão registrados no país, mas uma parte significativa não possui a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A necessidade de reformulação na formação de condutores
Paulo Guimarães, CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária, enfatiza a urgência de uma reformulação na formação de condutores. De acordo com um relatório do governo federal, mais de 17 milhões de motociclistas não têm CNH, o que levanta preocupações sobre a segurança nas estradas.
A combinação do aumento do uso de motocicletas, velocidades elevadas nas rodovias e a falta de formação adequada para muitos motociclistas intensifica os riscos e a letalidade das estradas. As autoridades precisam intensificar as campanhas educativas e considerar novas estratégias para melhorar a segurança viária.