Demanda aquecida deve continuar freando baixa da arroba do boi em setembro

Exportações e escala cheia das indústrias sustentam preços.

O mercado do boi gordo apresenta acomodação de preços, sustentados pela demanda aquecida e exportações.

Demanda aquecida e suas implicações no mercado do boi gordo

O mercado físico do boi gordo se encontra em um momento de acomodação nos preços, com os frigoríficos, especialmente os de maior porte, mantendo uma posição mais confortável em relação às suas escalas de abate. A demanda aquecida, impulsionada por exportações robustas, tem sido fundamental para sustentar os valores atuais da arroba.

O papel das exportações no mercado de carne bovina

De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, as indústrias maiores estão aproveitando a disponibilidade de animais de parceria e a utilização de confinamento próprio para atender suas necessidades. O ritmo acelerado nas exportações, que se manteve elevado nas últimas semanas, é um ponto crucial para a estabilidade do mercado neste mês de setembro.

Iglesias observa que, apesar de algumas indústrias estarem com as escalas cheias, o impacto disso no preço não deverá ser significativo. As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam cerca de US$ 1,504 bilhão em agosto, com uma média diária de aproximadamente US$ 71,622 milhões. O volume total exportado foi de 268,562 mil toneladas, o que mostra uma média diária de 12,788 mil toneladas, com um preço médio de US$ 5.600,00 por tonelada.

Reajustes no mercado atacadista e competição com a carne de frango

O mercado atacadista também está passando por ajustes nos preços, seguindo a tendência do mês. A chegada dos salários no início do mês pode estimular a reposição entre atacado e varejo. No entanto, a carne de frango continua a ser mais competitiva em termos de preço quando comparada à carne bovina, o que pode influenciar as decisões de compra dos consumidores.

O cenário atual mostra que o quarto traseiro do boi está cotado a R$ 24 por quilo, enquanto o dianteiro está a R$ 18,10 e a ponta de agulha a R$ 17,10. Esses preços refletem a dinâmica entre oferta e demanda, onde a carne bovina ainda se mantém relevante, mas enfrenta concorrência acirrada.

Expectativas para o futuro do mercado

Com a demanda aquecida, principalmente voltada para os embarques ao México e à China, espera-se que os patamares de preços se mantenham estáveis, mesmo diante de escalas confortáveis nos frigoríficos. As indústrias devem observar as tendências de compra no varejo e a reação do mercado atacadista nos próximos dias.

As expectativas para o mês são de continuidade nas exportações e um ambiente de negócios que sugere estabilidade nos preços, apesar das pressões internas. Essa situação se torna ainda mais relevante para os produtores e investidores do setor, que devem acompanhar atentamente as movimentações do mercado.

Diante desse cenário, a atenção deve estar voltada para os próximos dias, onde a combinação de fatores como a entrada de salários, possíveis reajustes nos preços e as oscilações na demanda podem impactar o mercado de carne bovina de maneiras significativas. A interação entre oferta e procura será crucial para determinar a trajetória dos preços nos próximos meses.

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