Pedido foi protocolado na PGR e menciona casos de Zambelli e Eduardo Bolsonaro
Depois que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) — condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — anunciou que deixou o país e pretende viver na Itália, deputados do PT pedem tornozeleira eletrônica para Bolsonaro.
O requerimento foi feito à Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, que vê risco concreto de fuga do ex-presidente.
“Medida legítima e urgente”, afirma Lindbergh
Segundo o parlamentar, a tornozeleira eletrônica é um mecanismo legítimo de fiscalização da permanência do réu em território nacional. Para ele, o uso do equipamento não fere a dignidade do ex-presidente nem sua presunção de inocência.
Lindbergh justifica o pedido citando a ligação telefônica feita por Jair Bolsonaro ao senador Hamilton Mourão antes de um depoimento no STF, além da fuga recente de Zambelli e da mudança do deputado Eduardo Bolsonaro para os Estados Unidos.
Doações via Pix e risco de evasão
O documento menciona ainda que Bolsonaro admitiu publicamente o envio de doações via Pix para sustentar Eduardo nos EUA, o que reforça, segundo os deputados, a necessidade de medidas cautelares mais eficazes, como a tornozeleira.
“O simples recolhimento do passaporte se mostra insuficiente diante da fragilidade dos mecanismos atuais”, declarou Lindbergh.
Novo pedido de Rogério Correia
Na mesma linha, o deputado Rogério Correia (PT-MG) também protocolou pedido semelhante na terça-feira (3). Ele reforçou que os episódios envolvendo aliados de Bolsonaro reacendem o temor de fuga por parte do ex-presidente.
“É preciso ação rápida das instituições de Justiça para garantir a aplicação da lei”, afirmou.
Histórico de pedidos ignorados
Os dois parlamentares já haviam apresentado, em março, uma solicitação conjunta à PGR pedindo a adoção de medidas contra Bolsonaro, mas não obtiveram resposta.
A CNN entrou em contato com a assessoria do ex-presidente e aguarda posicionamento oficial.
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