É preciso fortalecer BC e CVM para perseguir criminosos, diz diretora da Zetta

Fernanda Garibaldi defende medidas para melhorar a supervisão do sistema financeiro.

A diretora da Zetta ressalta a importância de regular fintechs e fortalecer órgãos como o BC e a CVM.

É preciso fortalecer BC e CVM para perseguir criminosos

A advogada Fernanda Garibaldi, diretora-executiva da Zetta, afirmou que é fundamental fortalecer o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar contra empresas criminosas infiltradas no sistema financeiro. Em entrevista, ela criticou a tendência de associar todas as fintechs a instituições de fachada, destacando que muitas operam de forma séria e regulada.

Antecedentes sobre fintechs e o crime organizado

Recentemente, a operação Carbono Oculto revelou a infiltração do crime organizado em vários setores, levantando preocupações sobre a segurança do sistema financeiro. Garibaldi apontou que, em meio a essa situação, é crucial distinguir entre fintechs legítimas e aquelas que se utilizam do termo para encobrir práticas ilícitas. “É preciso separar o joio do trigo, pois existem instituições sérias, reguladas. As empresas de fachada são apenas uma casca”, afirmou.

O papel do Banco Central e da CVM

Garibaldi defende que o fortalecimento das capacidades do BC e da CVM é vital para que esses órgãos possam investigar e punir práticas criminosas. Ela considera as medidas recentemente anunciadas pelo BC como passos positivos para a segurança do sistema financeiro, que necessitam de supervisão eficaz para garantir a integridade do mercado. Segundo ela, “o que todo mundo quer é a segurança do sistema financeiro, preservando a competição e as empresas idôneas”.

Desafios da digitalização no mercado financeiro

A diretora da Zetta também abordou a crescente complexidade do mercado financeiro, resultado da digitalização. “O mercado está cada vez mais interconectado, o que repercute no Brasil”, disse Garibaldi. Ela ressaltou a necessidade de uma supervisão mais integrada, que vá além de nichos, para lidar com os novos desafios, como lavagem de dinheiro e ataques cibernéticos.

“As fintechs não são a panaceia dos problemas do setor financeiro.”

A inclusão financeira e o impacto do Pix

Garibaldi destacou que iniciativas como o Pix têm contribuído para a inclusão financeira, especialmente em um contexto onde muitos brasileiros estavam desbancarizados. Dados recentes apontam que a porcentagem de adultos sem acesso ao sistema financeiro caiu de 29% em 2020 para 18% em 2023, refletindo a importância da competição no setor financeiro. A presença de fintechs foi fundamental nesse processo, permitindo que mais pessoas tivessem acesso a serviços financeiros.

O que precisa ser feito para combater fraudes

Para Garibaldi, é necessário dotar os reguladores de mais capacidade institucional e técnica. Ela enfatizou que, em um mundo digitalizado, é imprescindível que os órgãos de fiscalização estejam preparados para combater crimes financeiros de forma eficaz. “Como é que você não tem órgãos de fiscalização que estejam amparados em termos de time para perseguir esses objetivos de interesse público?”, questionou.

O futuro do setor financeiro

A diretora também alertou sobre a crescente frequência de ataques cibernéticos, destacando que essas ameaças se intensificarão se não houver um fortalecimento na capacidade dos reguladores. Garibaldi manifestou apoio às medidas do BC para aprimorar o combate a fraudes, afirmando que são reflexos de um mercado que amadureceu e que, portanto, exige uma abordagem regulatória mais robusta.

Com a digitalização cada vez mais presente na vida financeira do brasileiro, o fortalecimento das instituições responsáveis pela supervisão do sistema financeiro se torna uma prioridade, garantindo a segurança e a integridade das operações financeiras no país.

EM ALTA

MAIS NOTÍCIAS!