Empresário obtém autorização judicial para cultivar maconha para tratamento de ansiedade e TDAH

Empresário obtém autorização judicial para cultivar maconha para tratamento de ansiedade e TDAH
Empresário obtém autorização judicial para cultivar maconha para tratamento de ansiedade e TDAH

A Justiça do Paraná autorizou o empresário Thiago Stein a cultivar Cannabis sativa para extrair óleo de canabidiol (CBD), utilizado no tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A decisão foi concedida pela 5ª Vara Federal de Londrina e garante a ele um “salvo-conduto”, impedindo que seja preso por posse da planta.

Tratamento eficaz e custo elevado

Thiago buscou a autorização judicial após demonstrar que o CBD era o tratamento mais eficaz para seus sintomas, mas o custo do medicamento, cerca de R$ 1.800 mensais, estava fora do orçamento. Durante a pandemia, ele começou a apresentar ansiedade severa, insônia e dificuldade de concentração no trabalho.

Após tentativas frustradas com medicamentos convencionais entre 2021 e 2023, o empresário iniciou o tratamento com CBD em 2024, sob acompanhamento da médica psiquiatra Ana Caroline Santana. Ela explicou que o canabidiol é indicado quando há falha nos tratamentos tradicionais ou efeitos colaterais intoleráveis.

Evolução e impacto na qualidade de vida

O ajuste da dosagem foi feito ao longo de algumas semanas, enquanto a médica monitorava os efeitos do CBD. Thiago relatou que, após um mês e meio de tratamento e mudanças de hábitos, percebeu:
✔ Melhora na concentração e redução da impulsividade
✔ Menos dependência do celular
✔ Sono de melhor qualidade

Os efeitos colaterais foram leves em comparação com os medicamentos convencionais, permitindo que ele retomasse suas atividades com mais tranquilidade.

Uso do CBD exige acompanhamento médico

A psiquiatra ressalta que nem todos os casos têm respaldo científico para o uso do CBD, sendo necessário um acompanhamento criterioso. O canabidiol atua em receptores como os endocanabinoides e a serotonina, influenciando diversos processos químicos no organismo.

A autorização judicial representa um avanço para pacientes que necessitam do CBD como tratamento alternativo, mas ainda enfrentam barreiras burocráticas para obter o medicamento no Brasil.