Instituições históricas modernizam-se sem perder suas raízes educacionais.
Escolas centenárias se reinventam para atender às demandas contemporâneas.
Escolas centenárias se adaptam aos novos tempos
As escolas centenárias no Brasil têm enfrentado o desafio de se modernizar enquanto preservam suas tradições. O colégio Dante Alighieri, fundado em 1911, é um exemplo claro dessa transição. Carmen Morrone Costella, aos 97 anos, representa a longa história da instituição, que já teve 23 membros de sua família como alunos. A escola, que passou por intervenções significativas ao longo de sua trajetória, agora busca alinhar suas práticas educacionais às novas demandas, sem perder a essência que a tornou uma referência em educação.
A tradição como base para a modernização
No Dante Alighieri, a diretora Valdenice Minatel afirma que a escola valoriza sua rica história, mas também se adapta às mudanças do mundo contemporâneo. Desde a reforma de sua ala de educação infantil, que agora segue a abordagem pedagógica Reggio Emilia, até a inclusão do idioma italiano no ensino médio, a instituição demonstra como é possível inovar respeitando o passado. “Valorizamos a tradição, mas não ficamos parados no tempo”, destaca Minatel.
Outras instituições e suas transformações
O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, fundado em 1873, também mostra um exemplo de adaptação. Segundo Antônio Davis, coordenador pedagógico, muitos alunos são filhos e netos de ex-alunos, mostrando a continuidade da tradição familiar. Contudo, a escola não hesita em atualizar seus métodos e cursos, adequando-se às novas demandas do mercado de trabalho.
“A sociedade do final do século 19 era profundamente diferente da nossa. Se antes usávamos ferramentas manuais, agora são os softwares que dominam a formação”, explica Davis.
O desafio das adaptações em prédios históricos
O Ginásio Pernambucano, que completou 200 anos, também enfrenta o desafio de manter seu patrimônio enquanto busca se modernizar. O tombamento de seu prédio impõe restrições que dificultam reformas, mas a escola tem utilizado seus objetos históricos como parte de sua pedagogia. Os alunos aprendem não apenas o conteúdo acadêmico, mas também a valorizar a memória e a história que cercam a instituição.
O papel da tecnologia na educação
A nova sede do colégio São Luís, inaugurada em 2020, reflete a necessidade de espaços que atendam às exigências contemporâneas. Com salas de aula flexíveis e um parque ao ar livre, a escola acompanhou o crescimento do número de alunos e implementou novos projetos pedagógicos. O antigo prédio, embora reformado, não suportaria a nova proposta educacional.
As mudanças vão além da infraestrutura. As escolas estão integrando tecnologias educacionais, preparando os alunos para um mundo que exige conhecimento em áreas como robótica e inteligência artificial.
O futuro da educação tradicional
O compromisso em preservar as tradições enquanto se abre para o novo é essencial para a longevidade dessas instituições. A história viva de escolas como o Dante, o Liceu e o Ginásio Pernambucano mostra que é possível inovar sem perder a essência. No final, a educação deve ser um reflexo do tempo em que vivemos, e as escolas centenárias estão se mostrando aptas a esse desafio, atraindo novas gerações e mantendo viva a conexão com seu passado.
Essas transformações não são apenas benéficas para as instituições, mas também para os alunos, que se beneficiam de uma educação que respeita suas raízes enquanto os prepara para o futuro.