Estudo com 6 mil alunos aponta influência de estilos de vida na saúde mental

Pesquisa revela que hábitos diários impactam o bem-estar psicológico de universitários

Metade dos universitários brasileiros apresenta sinais de depressão, revelam hábitos diários que influenciam a saúde mental.

Estilo de vida e saúde mental dos universitários

Um estudo inédito realizado com 6.371 universitários brasileiros revela que a saúde mental dos jovens está intimamente ligada aos seus hábitos diários. A pesquisa, coordenada pelo professor Thiago Matias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), indica que metade dos estudantes apresenta sinais de depressão. Esse levantamento destaca a importância do cuidado com a alimentação, sono e atividade física na vida acadêmica.

Antecedentes do tema saúde mental na universidade

A transição para a vida universitária é um momento crítico na vida de muitos jovens, o que pode aumentar a vulnerabilidade a problemas de saúde mental. Essa fase traz desafios como a adaptação a um novo ambiente, responsabilidades acadêmicas e a pressão por desempenho. O estudo faz parte de uma pesquisa global chamada “Unilife-M”, que investiga a saúde mental de estudantes em 60 instituições de 20 países, enfatizando a relevância do tema.

Fatores que influenciam a saúde mental

Os participantes da pesquisa responderam a questionários sobre seus hábitos de vida e saúde mental, incluindo questões sobre depressão, ansiedade, distúrbios do sono e risco de suicídio. Os resultados mostram que estilos de vida pouco saudáveis, como a falta de exercícios físicos e consumo excessivo de álcool, podem agravar esses problemas. Segundo a psiquiatra Deisy Porto, esses fatores ambientais e as vulnerabilidades individuais são determinantes para o surgimento de transtornos mentais.

Quem é quem no estudo

Thiago Matias: Coordenador do Grupo de Pesquisa em Motivação e Movimento Humano da UFSC, responsável pelo estudo.

Deisy Porto: Psiquiatra que analisa a relação entre a entrada na universidade e a vulnerabilidade à saúde mental.

Ingridy Della Betta: Estudante que compartilha sua experiência sobre a importância de manter um estilo de vida saudável durante a graduação.

Efeitos da falta de hábitos saudáveis

A pesquisa destaca que muitos estudantes enfrentam um ciclo vicioso: a pressão acadêmica leva à falta de tempo para cuidar da saúde, o que, por sua vez, pode aumentar os níveis de estresse e ansiedade. Os especialistas recomendam a implementação de políticas públicas que incentivem hábitos saudáveis nas universidades. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na vida dos estudantes, ajudando a mitigar os efeitos da pressão acadêmica.

Mudanças que fazem a diferença

Ingridy Della Betta, uma estudante de 28 anos, vivenciou na prática como um estilo de vida saudável pode transformar a saúde mental. Após enfrentar desafios durante a graduação e o agravamento da ansiedade por conta da pandemia, ela decidiu priorizar a atividade física e encontrou um equilíbrio que contribuiu para seu bem-estar psicológico. Com essa experiência, ela ilustra a importância de se manter uma rotina saudável mesmo em momentos de grande pressão.

A pesquisa também evidencia que a saúde mental dos universitários está conectada a fatores externos, como o consumo de bebidas alcoólicas, que é frequentemente normalizado entre os jovens e pode resultar em comportamentos de risco. Portanto, a promoção de hábitos saudáveis e o apoio emocional são essenciais para a saúde mental dos estudantes ao longo da vida universitária.

As universidades têm um papel crucial na criação de um ambiente que favoreça a saúde mental dos alunos, implementando estratégias que incentivem a prática de atividades físicas e ofereçam suporte psicológico. Com isso, espera-se que mais estudantes consigam lidar com as pressões e desafios dessa fase tão significativa da vida.

As próximas etapas da pesquisa incluem acompanhar os mesmos estudantes ao longo de sua trajetória acadêmica, o que permitirá entender melhor a evolução de sua saúde mental e a eficácia das intervenções propostas. Isso pode ser fundamental para a formulação de estratégias que ajudem a promover um ambiente mais saudável nas universidades.

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