O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, sinalizou que pretende intensificar as sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A declaração foi feita pelo subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, Darren Beattie, um dia após as manifestações de 7 de Setembro no Brasil, que contaram com apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A iniciativa reacende o debate sobre a interferência externa em questões judiciais brasileiras.
Beattie enfatizou o compromisso dos EUA em apoiar o povo brasileiro na defesa da liberdade e da justiça. “Em nome do Ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, declarou o subsecretário, indicando que novas ações estão sendo consideradas. A reação do governo americano ocorre em um contexto de crescente polarização política no Brasil.
Moraes já foi alvo de sanções em julho, com base na Lei Global Magnitsky, que visa punir estrangeiros acusados de corrupção ou violação de direitos humanos. Paralelamente, parlamentares da oposição brasileira têm intensificado a pressão por novas medidas, como congelamento de bens e restrições de entrada nos EUA para outras autoridades. A movimentação busca ampliar o cerco a figuras consideradas antidemocráticas.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos desde fevereiro, revelou que há uma “expectativa de que uma nova leva de confisco de vistos seja feita para os próximos dias”. Ele e o jornalista Paulo Figueiredo se reuniram com Beattie e Ricardo Pita em Washington, D.C., no dia 4 de setembro, reforçando as articulações para ampliar o alcance das sanções.
As manifestações de 7 de Setembro, marcadas por bandeiras americanas e pedidos de impeachment de Moraes, exerceram pressão adicional sobre o governo dos EUA. Os atos, que também clamavam por anistia a Bolsonaro, refletem a narrativa de perseguição política que tem ganhado força entre os apoiadores do ex-presidente, atualmente em prisão domiciliar e enfrentando julgamento por tentativa de golpe de Estado.