Europa tenta definir metas climáticas diante de queimadas e ondas de calor

Desafios na definição de metas climáticas para a COP30 aumentam em meio a crises ambientais.

A União Europeia ainda não conseguiu definir suas metas climáticas, a dois meses da COP30.

Europa enfrenta dificuldades na definição de metas climáticas

A discussão sobre as metas climáticas da União Europeia (UE) está em aberto, a apenas dois meses da COP30. A falta de consenso entre os países-membros reflete uma crise ambiental crescente no continente, que viu mais de um milhão de hectares queimados em incêndios florestais durante um dos verões mais quentes registrados. O mês de agosto de 2025, especificamente, foi marcado por uma temperatura média global de 16,6°C, 1,29°C acima do nível pré-industrial, evidenciando a urgência de ações efetivas.

Consequências das queimadas e ondas de calor

Segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, a situação climática na Europa é alarmante. Enquanto regiões do norte do continente apresentaram temperaturas abaixo da média, o sudoeste, incluindo Portugal e Espanha, enfrentou calor extremo e incêndios devastadores. Samantha Burgess, líder climática do Copernicus, destacou que a continuidade do aquecimento dos oceanos intensifica esses eventos, tornando a necessidade de adaptação urgente.

A indefinição das novas NDCs, que deveriam refletir um compromisso mais robusto de redução das emissões, é um sinal preocupante. Especialistas afirmam que a ausência de um acordo claro pode atrasar a apresentação de metas por outros países, já que apenas 29 das 197 nações que fazem parte da convenção da ONU apresentaram seus objetivos climáticos até agora.

O que está em jogo para a COP30

A meta atual da UE é reduzir em 55% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 em comparação com os níveis de 1990. A nova NDC prevista para 2035 busca a neutralidade de carbono até 2050, o que implica uma redução significativa das emissões nos próximos anos. No entanto, a forma como esses objetivos serão alcançados ainda está em debate, com alguns países propondo que as metas sejam definidas de forma separada, o que poderia comprometer a eficácia das reduções previstas.

“A urgência na redução de emissões e a necessidade crítica de adaptação aos extremos climáticos são evidentes.”

O que esperar das negociações climáticas

As negociações que levarão à COP30 em Belém estão cercadas de incertezas. A ausência dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump e as tensões geopolíticas envolvendo a Rússia adicionam complexidade às discussões. Além disso, a resistência de países produtores de petróleo à implementação de metas mais rigorosas pode dificultar ainda mais a busca por um consenso.

À medida que as datas da COP30 se aproximam, a pressão sobre a UE para apresentar uma posição unificada e clara aumenta. A falta de uma estratégia sólida não apenas compromete a credibilidade da Europa nas discussões globais, mas pode também afetar a mobilização de esforços internacionais para o enfrentamento das mudanças climáticas. A expectativa é que as próximas semanas sejam cruciais para definir os rumos das políticas climáticas no continente europeu e suas repercussões globais.

EM ALTA

MAIS NOTÍCIAS!