Pedro Leandro Ricardo foi condenado a dez anos e seis meses de prisão.

Ex-padre é preso após condenação por abuso sexual de ex-coroinhas em São Paulo.
Ex-padre é preso após condenação por abuso sexual
Pedro Leandro Ricardo, ex-padre de 56 anos, foi preso na quarta-feira, 3 de outubro, em Santa Bárbara D’Oeste, interior de São Paulo. A prisão ocorreu com base em um mandado expedido em 27 de agosto, após sua condenação em 2022 por abuso sexual. Segundo a sentença, ele deverá cumprir uma pena de dez anos e seis meses em regime fechado, sem possibilidade de recurso.
O que motivou a prisão
O advogado Paulo Henrique de Moraes Sarmento, que defende Ricardo, informou que pretende solicitar a revisão criminal do caso, buscando anular a condenação. Em nota, o advogado afirmou que “Pedro Leandro Ricardo se apresentou ao 2º Distrito Policial de Santa Bárbara d’Oeste para que fosse cumprida a ordem de prisão, colaborando totalmente com a Justiça”. O caso foi levado ao Ministério Público em 2019, resultando no mandado de prisão emitido pela 1ª Vara Criminal de Araras após o trânsito em julgado da sentença.
Detalhes da condenação
Ricardo foi condenado por abusos cometidos entre 2002 e 2006, envolvendo três adolescentes e uma criança que atuavam como coroinhas na Paróquia São Francisco de Assis, em Araras. O juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira destacou que o ex-padre se aproveitou das condições familiares vulneráveis das vítimas, sabendo que não enfrentaria questionamentos por suas ações. Apesar de inicialmente ter uma pena de 21 anos, esta foi reduzida em março de 2024, após a prescrição de parte das acusações.
Durante o processo, Ricardo negou as acusações, atribuindo as denúncias a desavenças administrativas dentro da paróquia. Em março de 2022, o Vaticano anunciou sua demissão do estado clerical, uma medida que o privou de todas as funções religiosas devido a infrações graves.
Implicações da decisão do Vaticano
A demissão do estado clerical implica que o ex-padre perde todas as suas funções na Igreja, sendo considerado uma pessoa comum segundo o Código de Direito Canônico. Na época das denúncias, ele estava em Americana, também no interior de São Paulo, onde já havia sido afastado de suas funções na Basílica Santo Antônio de Pádua.
A situação de Pedro Leandro Ricardo levanta questões importantes sobre a proteção de crianças e adolescentes em ambientes religiosos. Com o avanço das denúncias e a condenação, espera-se que o caso promova uma reflexão maior sobre a responsabilidade institucional em prevenir abusos e proteger as vítimas. O acompanhamento das repercussões e possíveis desdobramentos judiciais será crucial para garantir que a Justiça seja feita.
Nos próximos dias, aguarda-se a apresentação do pedido de revisão criminal e o andamento do cumprimento da pena imposta, além de um maior envolvimento da sociedade na discussão sobre abusos em instituições religiosas.