Executivos destacam como etanol pode ajudar na descarbonização

Importância do etanol na transição energética é ressaltada por líderes do setor.

Executivos discutem a importância do etanol na descarbonização durante evento em São Paulo.

Etanol na descarbonização e sua relevância

Executivos do setor privado enfatizaram a importância do etanol na descarbonização durante o CNN Talks – Potência Verde, realizado em São Paulo. O evento, que ocorreu em 8 de outubro, destacou como esse biocombustível pode ser um aliado na transição energética, especialmente em um contexto de crescente preocupação com as emissões de carbono.

João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, afirmou que a descarbonização é um desafio global. Ele observou que, embora os veículos estejam no centro dessa discussão, a transição não é simples, envolvendo toda a cadeia produtiva, desde a mineração até o descarte do automóvel. Medeiros argumentou que não é necessário um salto imediato para veículos elétricos, mas que o etanol pode desempenhar um papel crucial na redução das emissões de CO2.

“O CO2 que sai do escapamento do carro é pego pela cana-de-açúcar, que alimenta a próxima safra”, explicou. Essa visão ressalta a circularidade do uso do etanol, que pode ser uma parte integral da solução para a crise climática que enfrentamos hoje.

Sustentabilidade da cana-de-açúcar

Cesar Barros, CEO e presidente do Centro de Tecnologia Canavieira, relembrou a crise do petróleo no Brasil, destacando que a popularização do etanol surgiu de uma demanda social. Ele elogiou a cana-de-açúcar como uma cultura extremamente sustentável, tanto social quanto ecologicamente. Barros também mencionou que é possível aumentar a produtividade da cana sem expandir as áreas cultivadas. “É possível dobrar a produtividade do canavial brasileiro até a próxima década com pesquisa e desenvolvimento”, afirmou, apontando que inovações como a semente sintética da cana podem acelerar esse processo.

O papel do etanol na transição energética

O evento também abordou temas como agricultura regenerativa e bionergia, preparando o terreno para a COP30, a Cúpula do Clima da ONU, que será realizada em novembro em Belém, Pará. A discussão sobre o etanol é particularmente relevante neste contexto, à medida que os países buscam alternativas para atender às suas metas de emissões e sustentabilidade.

A estreia oficial da série “Rota Bioceânica”, apresentada pelo analista da CNN Brasil Caio Junqueira, também foi um destaque do evento. Este corredor bioceânico se propõe a ser uma alternativa ao Porto de Santos, integrando quatro países da América do Sul. As estimativas indicam que essa rota pode reduzir em até 17 dias o transporte de mercadorias do Brasil para a Ásia, além de diminuir em 30% os custos de frete em comparação com o que é gasto atualmente via Porto de Santos.

A discussão em torno do etanol e sua contribuição para a descarbonização evidencia a necessidade de soluções inovadoras e sustentáveis no setor energético. Com a crescente pressão para reduzir as emissões de carbono, o papel do etanol na matriz energética se torna cada vez mais relevante. As autoridades e especialistas presentes no evento concordaram que, com o investimento certo em pesquisa e desenvolvimento, o Brasil pode se tornar um líder global na utilização de biocombustíveis, especialmente o etanol, como parte da solução para a crise climática.

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