Pesquisadores buscam vestígios do tesouro do pirata Zulmiro na Ilha da Trindade.
Pesquisadores paranaenses partem para a Ilha da Trindade em busca do tesouro de Zulmiro, um pirata do século XIX.
Expedição do Paraná busca tesouro de pirata na Ilha da Trindade
Uma expedição científica liderada por pesquisadores paranaenses partiu rumo à Ilha da Trindade, no Espírito Santo, em busca de vestígios do tesouro que teria sido enterrado pelo pirata Zulmiro, um renomado nobre irlandês que viveu em Curitiba durante o século XIX. O tesouro, supostamente roubado de um galeão espanhol, estaria escondido em um dos pontos mais remotos do litoral brasileiro. Essa narrativa, que mescla lenda e fatos históricos, vem sendo investigada há duas décadas.
Contexto histórico do pirata Zulmiro
Zulmiro, que originalmente se chamava John Francis Roder, se formou na Academia Naval da Marinha Inglesa. Após um incidente em que matou um oficial, desertou e se tornou pirata, adotando seu novo nome. Sua vida de pirataria foi breve, pois foi capturado junto com sua tripulação, mas conseguiu escapar com a ajuda de um amigo que simulou sua fuga. Ele se estabeleceu em Curitiba em 1829, onde viveu de forma discreta e se dedicou à agricultura.
O que a expedição espera encontrar
A expedição, que possui autorização de órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Patrimônio Histórico Nacional Brasileiro (IFAM), tem como foco não só a busca pelo tesouro, mas também a confirmação da atividade pirata na região. O pesquisador Marcos Ofenbock destaca que esta é uma iniciativa inédita no Brasil, com ênfase em uma pesquisa arqueológica.
“Nós somos a décima tentativa”.
Tentativas anteriores e desafios enfrentados
A Ilha da Trindade sempre foi envolta em mistério, atraindo a atenção de diversas expedições ao longo dos séculos. Entre 1910 e 1950, cinco expedições brasileiras foram realizadas, além de três tentativas inglesas no século XVI. Todas essas tentativas, incluindo aquelas feitas por equipes dos Estados Unidos, não obtiveram sucesso. A equipe atual, que conta com o apoio da Marinha do Brasil, utilizará tecnologias modernas como radar para superar os desafios apresentados pelo terreno vulcânico e os desmoronamentos frequentes.
Importância da preservação e descobertas
A pesquisa não se limita apenas à busca por riquezas materiais. Os pesquisadores enfatizam que a Ilha da Trindade, por ser uma unidade de conservação, abriga riquezas naturais que podem ser consideradas mais valiosas do que qualquer tesouro. O cuidado especial com o meio ambiente é uma prioridade durante a expedição.
A história de Zulmiro, além de ser uma lenda, faz parte da rica trajetória de Curitiba. Glaucia Valente, bisneta de Edward Young, amigo de Zulmiro, ressalta a relevância da amizade entre eles, que também inspirou a criação de uma praça temática na cidade. O legado do pirata é mantido vivo nas escolas de Curitiba, que discutem sua história nas salas de aula.
Conclusão sobre o legado de Zulmiro
O maior tesouro encontrado até o momento pode ser a própria história que Zulmiro deixou. O diretor Manoel de Campos reafirma que “o tesouro já foi encontrado. O tesouro é essa história maravilhosa”. Assim, a expedição não busca apenas ouro ou artefatos, mas também deseja resgatar e preservar a memória de um período que moldou parte da cultura paranaense.