Setor projeta aumento nas vendas externas apesar das tarifas dos EUA
O Brasil deve exportar 3,24 milhões de toneladas de carne bovina em 2025, alta de 12% em relação a 2024.
O Brasil deve exportar 3,24 milhões de toneladas de carne bovina em 2025, alta de 12% em relação às 2,89 milhões de toneladas embarcadas em 2024, segundo projeção da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).
Expectativas e desafios do setor
De janeiro a agosto, os embarques somaram um recorde de 2,08 milhões de toneladas, alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024. A receita alcançou US$ 10,5 bilhões, avanço de 32,9% na mesma base de comparação. Apesar do crescimento, as exportações de carne bovina aos Estados Unidos despencaram 48,5% de julho para agosto, alcançando 9.382 toneladas, reflexo das tarifas impostas pelo governo norte-americano.
O impacto das tarifas sobre as exportações
O aumento das tarifas, que subiram de 26,4% para 36,4%, seguido por um novo acréscimo para 76,4%, trouxe incertezas. O presidente da Abiec, Roberto Pedrosa, ressaltou que, mesmo diante das tarifas, o setor seguirá em uma trajetória de expansão, destacando a importância de manter negociações com os Estados Unidos.
Novos mercados em vista
A Abiec aposta na diversificação das exportações, com tratativas avançadas para acesso a mercados como Japão e Turquia. Pedrosa destacou que a demanda por cortes de maior valor agregado continuará, mas em escala reduzida. O mercado japonês, por exemplo, é considerado muito rentável, com preços significativamente superiores aos praticados no Brasil.
O futuro da pecuária brasileira
A pecuária de corte movimentou quase R$ 1 trilhão em 2024, representando 8,4% do PIB. Apesar de 70% da carne bovina ser destinada ao consumo interno, o setor vê oportunidades em mercados africanos e latino-americanos, como México e Filipinas. Pedrosa afirmou que a competitividade do Brasil no setor é sustentada por produtividade e a abertura de novos mercados.