Volatilidade marca o mercado de farelo e óleo de soja no Brasil e nos EUA.
O mercado de farelo e óleo de soja em 2025 é marcado por forte volatilidade.
Farelo de soja e suas implicações em 2025
O mercado de farelo de soja experimenta um cenário de forte volatilidade em 2025, refletindo as oscilações nos preços tanto na Bolsa de Chicago (CBOT) quanto no mercado brasileiro. Essa instabilidade é amplamente influenciada por fatores externos, especialmente as incertezas relacionadas à política de biocombustíveis dos Estados Unidos, que impactam diretamente a precificação do complexo soja.
O impacto das políticas de biocombustíveis dos EUA
Recentemente, os preços do farelo e do óleo de soja nos Estados Unidos foram afetados por uma série de anúncios e discussões sobre o mandato de biodiesel para 2026, que prevê um aumento significativo na produção. Inicialmente, essa notícia gerou otimismo nos mercados, mas, à medida que surgiram dúvidas sobre a viabilidade da implementação e as regras da Environmental Protection Agency (EPA), a instabilidade voltou a predominar.
Além disso, as conversas sobre tarifas de importação e ajustes regulatórios aumentaram a especulação, tornando o ambiente ainda mais incerto para os investidores.
A situação no Brasil e a introdução do B15
No Brasil, as dificuldades não são diferentes. A suspensão do B15 em março trouxe incertezas ao mercado local, mas a confirmação de que a mistura obrigatória começaria em agosto ajudou a fortalecer a demanda interna. Nesse contexto, mais de 60% do óleo de soja produzido no país é destinado à produção de biodiesel, o que faz com que o B15 se torne um pilar essencial para a sustentação dos preços do óleo de soja.
A elevada demanda pelo biocombustível tem permitido que o óleo mantenha preços firmes, apesar das quedas observadas na CBOT. Mesmo com uma safra recorde de soja, estimada em 170 milhões de toneladas, os custos de esmagamento permanecem altos, levando o óleo de soja a ser o principal responsável pelas margens das indústrias.
A pressão sobre o farelo de soja
O aumento da demanda por óleo de soja, no entanto, não se reflete na demanda pelo farelo, que tem visto seus preços caírem a níveis mínimos em uma década. Essa discrepância entre os produtos contribui para a pressão nos prêmios e nos preços do farelo, tanto no mercado internacional quanto no nacional.
O farelo, portanto, enfrenta uma paridade de exportação muito baixa, resultando em uma tendência de preços enfraquecidos que deve persistir ao longo da temporada de 2025, apesar de algumas recuperações pontuais em agosto.
Expectativas futuras e o cenário do agronegócio
Se as tendências atuais se mantiverem, é provável que o farelo de soja continue a enfrentar desafios significativos até o final da temporada. O impacto da demanda por óleo de soja e as políticas de biocombustíveis serão fatores cruciais a serem monitorados. A capacidade das indústrias de se adaptarem a essas mudanças será determinante para sua sustentabilidade e rentabilidade.
Com a volta das discussões sobre tarifas e regulamentações, o setor deve se preparar para um ambiente cada vez mais dinâmico e incerto. As decisões políticas e as condições de mercado, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, serão fundamentais para definir o futuro do farelo e do óleo de soja neste cenário desafiador.