A flotilha de ativistas e ajuda humanitária com destino a Gaza reportou um segundo incidente envolvendo um possível ataque com drone. O fato teria ocorrido na noite de terça-feira, próximo à costa da Tunísia, apenas um dia após a denúncia de um evento similar contra a frota. A embarcação atingida, de nome “Alma”, ostentava bandeira britânica.
A frota, composta por cerca de 20 embarcações, partiu de Barcelona no início do mês com o objetivo de romper o bloqueio ao território palestino. A iniciativa, que visa estabelecer um corredor humanitário, conta com a participação de mais de mil pessoas e a presença de figuras como a ativista ambiental Greta Thunberg, além de uma delegação de 13 brasileiros.
De acordo com os organizadores, a missão busca “abrir um corredor humanitário e pôr fim ao genocídio em curso do povo palestino” no contexto do conflito entre Israel e Hamas. Em comunicado divulgado nas redes sociais, a Flotilha Global Sumud denunciou que “outro barco foi atingido em um suposto ataque com um drone” em águas tunisianas, em frente à localidade de Sidi Bou Said.
Francesca Albanese, relatora das Nações Unidas para os territórios palestinos, compartilhou um vídeo que mostra uma bola de fogo caindo sobre um dos barcos. “As provas de vídeo sugerem que um drone — sem luzes, para não ser visto — lançou um artefato que provocou um incêndio no convés do barco Alma”, escreveu ela, levantando sérias preocupações sobre a segurança da missão.
A flotilha, em comunicado, enfatizou que “estes ataques repetidos acontecem em um contexto de intensificação da agressão israelense contra os palestinos em Gaza, e constituem uma tentativa orquestrada para distrair e descarrilar nossa missão”. A organização reafirmou seu compromisso com a causa palestina, declarando que não se deixará intimidar.
“Fazemos um apelo à mobilização e não vamos parar. Usaremos esta força para ajudar o povo palestino e sua luta contra o genocídio, para romper o cerco e conseguir uma Palestina livre”, declarou Bruno Gilga, coordenador da delegação brasileira a bordo da flotilha. A Bélgica já se manifestou, pedindo uma investigação “completa e transparente” sobre os incidentes.
A Flotilha Global Sumud, cujo nome significa “resiliência” em árabe, tem previsão de chegar a Gaza em meados de setembro para entregar ajuda humanitária. As duas tentativas anteriores de furar o bloqueio israelense, realizadas em junho e julho, foram impedidas.