Ministra solicita articulação para barrar votação da anistia e priorizar projetos do governo
Ministra solicita que ministros atuem para barrar anistia e priorizar propostas governamentais.
Gleisi pede empenho para barrar anistia no Congresso
A ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela Secretaria de Relações Institucionais, fez um apelo a ministros de partidos do centro que integram o governo Lula para evitar a votação de um projeto que concede anistia a condenados pelos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Em reunião realizada nesta segunda-feira (8), a ministra destacou a importância de reforçar a articulação com líderes partidários na Câmara e no Senado, enfatizando que a prioridade deve ser a aprovação de propostas que efetivamente dialoguem com a sociedade brasileira.
A postura do governo sobre a anistia
Gleisi manifestou a orientação do Planalto, que se opõe à anistia. De acordo com relatos de participantes da reunião, a ministra pediu um esforço concentrado para evitar que a proposta seja pautada. Há uma preocupação entre integrantes do governo de que o projeto possui votos suficientes para ser aprovado no plenário da Câmara, o que torna essa articulação ainda mais crucial.
“Não se pode discutir anistia num processo em que os envolvidos ainda não foram julgados.”
Durante a reunião, foi ressaltada a importância de dialogar com líderes das bancadas e apoiar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que enfrenta pressão para levar a proposta à votação. A decisão de pautar um tema para votação cabe ao presidente da Casa, o que aumenta a necessidade de uma atuação coordenada por parte do governo.
Consequências da aprovação da anistia
A avaliação entre os membros do governo e do próprio presidente é de que a aprovação da anistia seria uma vitória para o governo dos Estados Unidos, especialmente em um momento em que Donald Trump intensifica suas críticas ao Brasil. As negociações sobre a proposta de anistia avançaram na última semana, impulsionadas pelo início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele é réu por sua participação em atos golpistas. Essas discussões envolvem partidos do centrão e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Prioridades do governo federal
Além de barrar a anistia, Gleisi pediu empenho na aprovação de outras propostas que são vistas como prioritárias para o governo. Entre essas, estão medidas que visam melhorar a avaliação da gestão petista, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, a ampliação do fornecimento de energia elétrica gratuita para 16 milhões de pessoas e a distribuição de botijões de gás para 15,5 milhões de famílias com baixa renda.
A ministra também mencionou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública como uma das iniciativas que devem ser priorizadas. Após a reunião, Gleisi utilizou suas redes sociais para afirmar que o governo irá trabalhar para que essas propostas avancem, sem fazer menção direta à anistia.
Gleisi destacou ainda a importância de trabalhar em consonância com líderes como Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmando que essa agenda reflete os interesses do país e da população. As próximas semanas serão cruciais para monitorar a evolução dessas articulações e as possíveis votações no Congresso.