Em um ato paralelo ao desfile cívico-militar do 7 de Setembro, o tradicional Grito dos Excluídos ecoou pelas ruas do centro do Rio de Janeiro. A 31ª edição da marcha, que reuniu centrais sindicais e lideranças políticas, teve como lema “7 de Setembro do Povo – quem manda no Brasil é o povo brasileiro”. A manifestação levantou pautas urgentes para o cenário político e social do país.
Sob o tema da soberania nacional, o evento ampliou o debate para outras questões cruciais. Entre elas, a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente enfrentando um julgamento por tentativa de golpe de Estado. Além disso, os manifestantes expressaram forte oposição a qualquer projeto de anistia para os envolvidos em atos antidemocráticos.
A deputada federal Benedita da Silva (PT) enfatizou a importância de fortalecer a representação progressista no Congresso Nacional nas próximas eleições. “Temos que renovar esse Congresso marcado pelo fascismo, machismo, racismo e homofobia”, declarou a deputada, ressaltando a necessidade de união entre a esquerda, movimentos sociais e democratas independentes.
Marina do MST, líder do PT na Alerj, defendeu a reforma agrária e criticou o papel do agronegócio na desestabilização da democracia. A deputada também prestou homenagem ao cineasta Silvio Tendler, falecido recentemente. “É muito importante que o Grito dos Excluídos faça a denúncia do agronegócio golpista no Brasil e defenda a bandeira da reforma agrária”, afirmou Marina.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) destacou a relevância histórica do julgamento de Bolsonaro e militares acusados de participação na tentativa de golpe de Estado. “Pela primeira vez na história do Brasil, militares de alta patente começam a ser punidos por participação em ataques contra a democracia”, pontuou Feghali.
Outras pautas importantes foram levantadas durante o ato, como a defesa dos direitos sociais, a preservação das empresas públicas e a solidariedade ao povo palestino. Após o desfile oficial, os manifestantes seguiram em marcha pela Avenida Presidente Vargas, encerrando o ato na Praça Mauá.