Expectativa de aumento nas compras devido à redução na produção nacional
As importações de trigo pelo Brasil devem aumentar em 2025, atingindo 5,17 milhões de toneladas entre janeiro e setembro.
As importações de trigo pelo Brasil devem subir em 2025, com uma projeção de 5,17 milhões de toneladas entre janeiro e setembro. Essa expectativa surge em consequência da redução na produção nacional, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, que são os maiores produtores do cereal no país.
Redução na área plantada
De acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área destinada ao cultivo de trigo no Rio Grande do Sul deve diminuir 13,7%, passando de 1.339,0 hectares em 2024 para 1.155,6 hectares. No Paraná, essa queda é ainda mais acentuada, com uma redução de 28,2%, de 1.147,1 hectares para 823,6 hectares. Isso reflete uma diminuição geral de 19,9% na área plantada de trigo em todo o Brasil, que ocupará 2.449,0 hectares nesta safra.
Produção nacional em queda
A produção total de trigo no Brasil para esta safra é estimada em 7.536,1 toneladas, o que representa uma queda de 4,5% em relação ao ano passado. Esse cenário desfavorável para a produção interna é um dos fatores que impulsionam o aumento das importações, já que o país busca suprir suas necessidades de consumo com a compra de grãos de outros países.
Tendência de importação
Historicamente, as importações de trigo pelo Brasil apresentaram variações significativas. De janeiro a setembro de 2021, foram compradas 4,88 milhões de toneladas, enquanto em 2022 esse número caiu para 4,60 milhões de toneladas. No entanto, em 2023, as importações alcançaram a menor média da série histórica, com apenas 3,18 milhões de toneladas adquiridas. Em 2024, o Brasil importou um total de 6,6 milhões de toneladas de trigo. Se o ritmo de importações se mantiver, a expectativa é que o volume de 2025 se aproxime de 7 milhões de toneladas.
Implicações para o mercado
Esse aumento nas importações pode ter várias implicações para o mercado de trigo no Brasil, incluindo possíveis ajustes nos preços e na oferta disponível para os consumidores. A dependência crescente de trigo importado pode também gerar preocupações sobre a segurança alimentar e a sustentabilidade do cultivo nacional, exigindo políticas públicas que incentivem a produção local e a inovação no setor agrícola.