Departamento de Justiça acusa empresas e cidadãos chineses pelo envio de agentes que aumentam potência do fentanil

EUA indiciam 22 chineses e empresas por enviar agentes que elevam rendimento e potência do fentanil, segundo acusação do Departamento de Justiça.
Uma acusação federal descreve um esquema de exportação de químicos que funcionavam como potencializadores de fentanil, segundo documentos do Departamento de Justiça. A denúncia aponta que empresas sediadas na China e intermediários nos Estados Unidos comercializaram e enviaram compostos que aumentavam o rendimento e a potência das misturas distribuídas a traficantes.
A ação formal foi aberta após investigação que identificou compras e remessas entre 2022 e 2025. De acordo com as autoridades, as substâncias — frequentemente vendidas por empresas que se apresentavam como fornecedores legais — foram destinadas a receitas ilegais no mercado do sul de Ohio.
Investigação e antecedentes da operação entre EUA e China
Autoridades federais em Ohio conduziram a apuração que culminou no indiciamento de 22 pessoas e várias entidades. O trabalho incluiu análise de remessas, registros comerciais e transações financeiras que teriam ligado fornecedores no exterior a compradores nos Estados Unidos.
Como antecedente, investigações sobre fentanil sintético e suas misturas vinham crescendo nos últimos anos devido ao aumento de mortes por overdose. Termos técnicos: “agentes de corte” ou “potencializadores” referem-se a compostos adicionados para aumentar volume ou efeito da droga.
Acusações formais sobre potencializadores de fentanil e envio
- O grande júri federal em Ohio formalizou a acusação contra 22 cidadãos e empresas chinesas por conspiração para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, segundo os autos.
- O processo indica que um fornecedor norte-americano adquiriu múltiplos carregamentos dessas substâncias de empresas que operavam como farmácias on-line e fabricantes químicas.
- Entre as empresas mencionadas na denúncia estão Guadalajara Tengyue Chemical Company, Guanghzou Wanjiang Biotechnology, Hebei Hongjun New Material Technology e Hebei Feilaimi Technology, apontadas como remetentes das substâncias.
- A investigação calcula que pelo menos 10 kg de agentes foram comprados por intermediários norte-americanos, volume que poderia render mais de 150 kg de mistura com fentanil para venda local.
“Compostos enviados sabiam que seriam usados por traficantes”
Impactos para traficantes, saúde pública e comércio
- Compra e envio de potencializadores de fentanil — fato: remessas identificadas entre 2022 e 2025 — por que importa: aumentam a oferta e a toxicidade das misturas; quem é afetado: consumidores e serviços de saúde locais.
- Envolvimento de empresas registradas como fornecedores legais — fato: uso de fachadas comerciais — por que importa: dificulta fiscalização e responsabilização; quem é afetado: autoridades regulatórias e cadeias legítimas de comércio químico.
- Papel de intermediários nos EUA — fato: presença de um fornecedor doméstico que adquiriu os lotes — por que importa: cria ponte logística entre produção e distribuição; quem é afetado: aplicação da lei e sistemas judiciais.
- Risco macroeconômico e diplomático — fato: acusações envolvendo companhias estrangeiras — por que importa: tensões comerciais e pedidos de cooperação internacional podem crescer; quem é afetado: relações bilaterais e regimes de exportação.
O que acompanhar sobre processos e sanções
As autoridades americanas indicaram que os próximos passos incluem julgamentos dos acusados e a continuação das investigações para identificar ramificações do esquema. Espera-se que as investigações se foquem em traçar a cadeia de fornecimento e em localizar eventuais redes de distribuição nacionais.
Decisões judiciais, pedidos de extradição e eventuais sanções administrativas contra empresas envolvidas serão pontos-chave. A resposta das autoridades chinesas e o grau de cooperação entre agências regulatórias terão impacto direto sobre a eficácia das medidas.
A apuração também pode levar a cambios em procedimentos aduaneiros e em controles de exportação de precursores químicos, dependendo das evidências reunidas. Para o setor de saúde pública, relatos de mistura e aumento de potência reforçam a necessidade de monitoramento clínico e campanhas de prevenção.
O caso ilustra como fornecedores internacionais e intermediários domésticos podem, segundo a acusação, articular um fluxo de produtos que elevam riscos sanitários e criminais em comunidades locais. À medida que processos se desenrolam, acompanhar audiências e medidas administrativas dará sinais sobre alcance das responsabilidades civis e penais e sobre eventuais ajustes em controles de comércio químico.