Entre os dias 2 e 12 de setembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentará um momento decisivo com o julgamento da Ação Penal (AP) 2668 no Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é de um período de intensa pressão, considerando o histórico do ex-presidente e as acusações de tentativa de golpe de Estado que pesam sobre ele. O julgamento, que será presencial, reserva cinco datas para suas sessões, marcando um período crítico para o futuro político de Bolsonaro.
A 1ª Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, será responsável por analisar o caso. A sessão terá início com a leitura do relatório por Alexandre de Moraes, seguida da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Posteriormente, as defesas apresentarão suas argumentações, culminando com os votos dos ministros, que definirão o futuro do ex-presidente.
“A questão que fica é: e depois do julgamento? E depois da condenação de Jair Bolsonaro?”, questiona o sociólogo e cientista político Rudá Ricci, em sua análise. A partir da decisão, diversos cenários se abrem para o futuro da política brasileira, com implicações tanto para o lulismo quanto para a direita. A possibilidade de uma condenação de Bolsonaro gera incertezas e exige dos atores políticos uma leitura atenta do cenário e estratégias bem definidas.
Para o campo do lulismo, a reeleição de Lula surge como prioridade, visando consolidar o projeto político em curso. No entanto, uma derrota nas urnas poderia desencadear disputas internas no PT e reconfigurar o cenário de alianças. A direita, por sua vez, enfrenta um dilema crucial: a necessidade de apresentar uma alternativa viável e coesa para o país.
O sucesso da direita dependerá da capacidade de união e de uma estratégia eleitoral eficaz, possivelmente centrada na figura de Tarcísio de Freitas. Uma campanha agressiva e bem financiada, explorando as fragilidades do governo Lula, seria essencial para pavimentar o caminho rumo à vitória. No entanto, a tarefa não será fácil, exigindo uma articulação complexa entre diferentes forças políticas e interesses.