Projeto histórico é discutido há quase um século e envolve governos federal e estadual.
O leilão do túnel Santos-Guarujá destrava um projeto discutido há quase 100 anos.
Leilão do túnel Santos-Guarujá
O leilão do túnel Santos-Guarujá representa um marco no desenvolvimento da infraestrutura no Brasil, ao desbloquear um projeto que vem sendo debatido há quase um século. Desde sua concepção em 1927, por Júlio Prestes, até a recente aprovação do edital, a obra tem atraído a atenção de diversos setores e do público em geral. O projeto é visto como essencial para melhorar a mobilidade entre os dois municípios, Santos e Guarujá, que atualmente dependem de balsas e barcos para a travessia.
Histórico e relevância da obra
Após décadas de discussões infrutíferas, o projeto do túnel ganhou novo impulso com a parceria entre o governo federal e o governo estadual. O presidente Lula e o governador Tarcísio têm se posicionado como protagonistas da obra, embora a relação entre eles tenha se mostrado complexa. Ambos os líderes têm promovido o projeto como uma conquista de suas administrações, gerando uma disputa de protagonismo que reflete suas ambições políticas futuras.
O túnel, que será o primeiro submerso do Brasil, terá uma extensão de 1,5 km, sendo aproximadamente 870 metros submersos. A obra está prevista para ser concluída até 2030 e é um dos projetos mais significativos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
Desafios na comunicação entre os governos
A relação entre Lula e Tarcísio, embora inicialmente colaborativa, passou por tensões. O governador, ao promover a obra em eventos e redes sociais, tem evitado mencionar a participação do governo federal, o que tem gerado descontentamento entre os aliados de Lula. Em contrapartida, Lula, nos últimos meses, tem se mantido mais afastado das redes sociais em relação ao túnel, o que levanta questões sobre a continuidade da colaboração entre os dois governos.
“A boa relação é essencial para que o projeto avance.”
O que esperar do leilão
O leilão está agendado para esta sexta-feira, 4 de setembro, na B3, em São Paulo. Com um investimento estimado em R$ 6,8 bilhões, as empresas Acciona Concesiones e Mota-Engil estão entre as participantes do leilão. A empresa vencedora será aquela que oferecer o maior desconto sobre a parcela mensal que será paga ao governo durante a concessão, que terá uma duração de 30 anos.
A construção será realizada por meio de uma parceria entre os governos federal e estadual, além da iniciativa privada, que ficará responsável pela obra. O método submerso escolhido para a construção é visto como vantajoso, pois exige menos desapropriações e reduz o impacto visual, além de permitir uma execução mais rápida.
O processo de construção do túnel
A construção do túnel seguirá etapas rigorosas para garantir precisão e segurança. Inicialmente, será feita uma escavação no fundo do canal e a aplicação de uma base de concreto. Os módulos pré-moldados passarão por testes antes de serem submersos. Em seguida, rebocadores transportarão os módulos até o local de instalação, onde serão posicionados e nivelados. Por fim, a estrutura será coberta com pedras para proteção.
A expectativa é que, uma vez concluído, o túnel permita uma travessia mais eficiente para cerca de 78 mil pessoas que atualmente dependem de balsas para se locomover entre Santos e Guarujá. O sucesso desse projeto não apenas melhorará a mobilidade, mas também poderá influenciar a dinâmica política entre os governos em um momento de crescente polarização.
O que acompanhar a partir de agora é como os dois governantes gerenciarão sua imagem em relação a essa obra e se a colaboração entre eles será realmente mantida durante todo o processo de construção e operação do túnel. A obra é vista como um símbolo de progresso e poderia ter implicações significativas nas aspirações políticas de ambos os líderes nos próximos anos.