Líder do PL e deputado do PT protagonizam briga em CPMI do INSS

Discussão acalorada marca sessão que envolve ex-ministro da Previdência.

Briga entre deputados na CPMI do INSS interrompe sessão e gera alvoroço.

A sessão da CPMI do INSS, realizada na noite de 8 de setembro de 2025, foi marcada por uma intensa troca de ofensas entre Sóstenes Cavalcante, líder do PL, e Rogério Correia, deputado do PT. O conflito ocorreu durante o depoimento do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, quando questões sobre a renovação de contratos na gestão Lula geraram um clima de tensão.

O que levou à discussão entre os deputados

A confusão começou quando Marcel van Hattem, do Novo, questionou Lupi sobre sua responsabilidade em relação aos contratos que envolvem descontos na folha de pagamento de aposentados. Ao se recusar a responder, Lupi provocou uma série de reações de parlamentares da oposição. Correia, em tom exaltado, gritou “Bolsonaro vai para a cadeia”, ao que Sóstenes respondeu exigindo respeito ao ex-presidente. Essa troca de gritos foi acompanhada por outras provocações, como “vai beijar!” e “desliga o microfone!”, evidenciando a falta de civismo que permeou o ambiente.

O papel de Carlos Lupi e as consequências da sessão

Carlos Lupi foi a figura central da noite, sendo o primeiro ex-ministro da Previdência a comparecer à CPMI. Ele enfrentou uma bateria de perguntas e críticas, principalmente sobre sua gestão e a recente operação da Polícia Federal que investigou fraudes associadas ao INSS. Durante sua fala, Lupi alegou não ter conhecimento das fraudes, mas foi acusado de “prevaricar” por parlamentares, o que elevou ainda mais a tensão na sala.

“Ninguém pode ser responsabilizado por atos de terceiros”, argumentou Lupi, reforçando sua posição durante o interrogatório.

O impacto do escândalo do INSS

O escândalo do INSS, que ganhou notoriedade a partir de reportagens publicadas em dezembro de 2023, revelou que a arrecadação das entidades envolvidas disparou para R$ 2 bilhões em um ano, enquanto milhares de processos por fraudes nas filiações de segurados foram abertos. Esse aumento alarmante na arrecadação e as fraudes associadas levaram à abertura de inquéritos pela Polícia Federal, que resultaram na Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025, culminando nas demissões de Lupi e do presidente do INSS.

O que esperar das próximas sessões da CPMI

A CPMI do INSS continua a investigar as irregularidades, e a presença de ex-presidentes do INSS convocados para depor deve trazer mais informações à tona. A atmosfera política em torno da CPMI revela a tensão entre os partidos, especialmente após a saída de Lupi do governo, que causou um desmembramento na base do PDT no Congresso. O efeito dessa tensão deve ser observado nas próximas sessões, com possíveis desdobramentos para a relação entre as bancadas e o governo atual.

A situação atual exige atenção, pois o desfecho das investigações e os desdobramentos políticos podem ter um impacto significativo nas decisões futuras relacionadas ao INSS e à Previdência no Brasil. As próximas sessões da CPMI prometem ser igualmente acaloradas, refletindo a polarização crescente que marca a política brasileira.

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