Lula Aposta em Disputas com Trump e Congresso para Impulsionar Popularidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca reverter a queda em sua popularidade, intensificando o discurso em duas frentes: a disputa comercial com os Estados Unidos, liderada por Donald Trump, e o embate com o Congresso Nacional. O Palácio do Planalto avalia que ambos os temas podem gerar dividendos políticos favoráveis ao governo.

Petistas acreditam que, caso Trump mantenha a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, o governo Lula terá um período prolongado de atenção positiva. Paralelamente, o Planalto observa que o Congresso enfrenta crescente pressão popular por temas como justiça tributária e custos de energia, o que desaconselha uma postura mais conciliadora do governo.

Enquanto a Casa Branca define a data de 1º de agosto para o início das tarifas, o vice-presidente Geraldo Alckmin assume o papel de interlocutor com o setor empresarial e o agronegócio, buscando alternativas para a resposta brasileira. Lula, por sua vez, intensifica o discurso crítico contra as medidas americanas, buscando capitalizar a insatisfação popular.

A estratégia parece surtir efeito. Pesquisa Quaest recente indicou queda na desaprovação ao governo Lula, de 57% para 53%, enquanto a aprovação subiu de 40% para 43%. Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o embate com Trump contribuiu para esse resultado, com 53% dos entrevistados apoiando a reação de Lula.

Além disso, 72% dos entrevistados consideram que Trump erra ao usar o argumento pró-Bolsonaro para justificar as tarifas, e 57% acreditam que ele não tem o direito de criticar o processo em que Bolsonaro é réu. Lula tem abordado o tema em diversas ocasiões, incluindo pronunciamentos oficiais e entrevistas à imprensa internacional, reforçando a imagem de um “inimigo comum”.

No front legislativo, o governo tenta equilibrar a atuação. Após derrotas no Congresso, como a derrubada do reajuste do IOF, o governo busca agora capitalizar temas como a justiça tributária. A recente decisão de Lula de vetar o aumento no número de deputados, contrariando interesses do Congresso, é vista como uma oportunidade de ganho de popularidade.

Interlocutores revelam que Lula foi aconselhado por aliados no Congresso a não vetar o aumento de parlamentares, evitando assim o desgaste político. No entanto, o presidente optou por aproveitar a chance de se apresentar como defensor do interesse público, mesmo que isso signifique acirrar a relação com o Legislativo.

A leitura do Palácio do Planalto é que, ao confrontar tanto os Estados Unidos quanto o Congresso em temas considerados sensíveis à população, Lula busca consolidar apoio e impulsionar sua popularidade, visando a um cenário político mais favorável.

Fonte: http://www.metropoles.com

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