Presidente critica proposta de anistia no Congresso
Lula declara que governo não apoiará anistia a condenados por atos golpistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (11) que o governo federal irá atuar contra qualquer projeto de anistia destinado aos condenados pelos atos golpistas. A declaração foi feita em entrevista à TV Band, gravada antes de a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão.
A declaração de Lula
“O governo vai trabalhar contra a anistia. Isso está escrito, gente. Está desenhado, já se sabe quem foi que fez [o golpe], quem ia fazer, não tem mais o que discutir. Obviamente, todo bandido vai dizer que é inocente. Agora, para você provar que é inocente, tem de mostrar a prova de que não cometeu o crime”, disse Lula. Ele também enfatizou que existem “centenas de provas” contra Bolsonaro e criticou o voto do ministro Luiz Fux, que defendeu a absolvição do ex-chefe do Executivo.
O debate sobre a anistia no Congresso
O PL (Partido Liberal) articula no Congresso uma proposta de anistia ampla, geral e irrestrita, que poderia beneficiar Jair Bolsonaro, tornando-o novamente elegível, e também o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por tentativa de coação ao Supremo. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), já adiantou, contudo, que não levará o texto à votação caso seja aprovado pela Câmara dos Deputados.
O impacto da proposta
A proposta de anistia gerou controvérsia e divisões entre os partidos. Críticos afirmam que tal medida seria um retrocesso e um desrespeito às vítimas dos atos golpistas. Com a posição firme de Lula, o governo promete resistir a essa iniciativa, alertando para a importância de responsabilizar aqueles que cometeram crimes contra a democracia.