Em meio à crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou sobre as tarifas de 50% impostas por Donald Trump a produtos brasileiros. Lula enfatizou que o Brasil está tratando a questão com seriedade, mas reiterou que não aceitará ser tratado de forma subserviente. As tarifas de Trump, com previsão para entrarem em vigor nesta sexta-feira (1º/8), geraram preocupação no governo brasileiro.
“Tenham certeza de que estamos tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, declarou Lula em entrevista ao The New York Times, realizada no Palácio da Alvorada. O presidente destacou a importância do respeito mútuo nas relações internacionais, afirmando: “Trato a todos com muito respeito. Mas quero ser tratado com respeito”. A entrevista ocorreu na terça-feira (29/7).
Lula assegurou que o Brasil não negociará em desvantagem, reconhecendo o poderio econômico, militar e tecnológico dos Estados Unidos, mas sem se intimidar. Apesar do reconhecimento da influência americana, o presidente expressou preocupação com as ameaças econômicas proferidas por Trump através da rede social Truth Social. “O comportamento do presidente Trump se desviou de todos os padrões de negociação e diplomacia”, criticou Lula.
O presidente brasileiro também lamentou o que considera uma tentativa de Trump de ajudar seu aliado político, o ex-presidente Jair Bolsonaro, às custas dos cidadãos americanos e brasileiros. Lula alertou que as tarifas podem impactar negativamente o custo de produtos essenciais como café, carne bovina e suco de laranja para os consumidores americanos. “Nem o povo americano nem o povo brasileiro merecem isso”, disse Lula.
Além da questão comercial, Lula expressou preocupação com as possíveis sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes, alvo de críticas por parte de Trump. “Se o que você está me dizendo for verdade, é mais sério do que eu imaginava”, disse Lula. Ele enfatizou a importância de o Supremo Tribunal Federal de um país ser respeitado tanto internamente quanto internacionalmente, sinalizando uma escalada nas tensões diplomáticas entre os dois países.
Fonte: http://www.metropoles.com