Lupi diz que volume da fraude no INSS era desconhecido antes de ação da PF

Ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, relata sobre fraudes no INSS em depoimento à CPMI.

Carlos Lupi afirmou que o volume de fraudes no INSS só foi revelado após a Operação Sem Desconto.

Em depoimento à CPMI do INSS, Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência e presidente do PDT, afirmou que o volume de fraudes na autarquia era alarmante, mas desconhecido até a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. Segundo Lupi, ele tinha conhecimento sobre a existência de fraudes relacionadas a descontos associativos desde março de 2023, mas a extensão do problema só foi revelada após as investigações.

Antecedentes da fraude no INSS

A fraude no INSS envolvendo descontos associativos é uma questão que vem sendo discutida nos últimos anos. Embora denúncias tenham surgido em 2016 e 2022, as investigações anteriores não avançaram e foram arquivadas. A situação se agravou a ponto de chamar a atenção da Polícia Federal, que, em 2023, decidiu realizar a Operação Sem Desconto para investigar a fundo a questão. Lupi destacou que antes da operação, a pasta só tinha conhecimento de denúncias pontuais recebidas pela ouvidoria.

O que foi revelado na operação

Lupi mencionou que, após a Operação Sem Desconto, a Polícia Federal conseguiu trazer à tona informações sobre a dimensão das fraudes. Em seu depoimento, ele expressou sua frustração por não ter compreendido a gravidade da situação anteriormente. “Nobre relator, a gente, infelizmente, não tem o poder de adivinhação. Nós nunca tivemos a capacidade de mencionar o tamanho, o volume que esses criminosos fizeram dentro do INSS”, disse Lupi, enfatizando que a investigação revelou um cenário muito mais preocupante do que se imaginava.

“Agora não, ela investigou, ela colocou à tona esse processo. E agora, sim, a gente tem uma dimensão que eu não tinha na época.”

Reuniões com a Polícia Federal

Lupi revelou que se reuniu com representantes da Polícia Federal em março de 2023 para tratar do tema das fraudes. Ele afirmou que essa não foi a primeira vez que o assunto foi discutido, mas ressaltou que a ação da PF foi a primeira que realmente trouxe resultados. O ex-ministro reconheceu que sua maior falha foi não ter dado a devida importância ao problema antes da operação.

Implicações políticas e administrativas

O ex-ministro também destacou que não levou o assunto ao conhecimento do presidente Lula antes da operação, pois as reuniões que teve com o chefe de governo foram focadas em temas políticos. Essa omissão levanta questões sobre a comunicação entre a cúpula do governo e a administração do INSS, além de apontar possíveis falhas na gestão da informação.

A situação das fraudes no INSS é uma preocupação crescente, não apenas pela quantidade de dinheiro envolvido, mas também pela confiança que a população deve ter nas instituições. A expectativa agora é que as investigações da Polícia Federal possam trazer uma solução eficaz para o problema e evitar novas fraudes no futuro.

Os próximos passos incluem a continuidade das investigações para esclarecer todos os envolvidos e a implementação de medidas que possam proteger o INSS de fraudes semelhantes no futuro. A sociedade aguarda resultados concretos e que a confiança nas instituições públicas seja restaurada.

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