O feriado de 7 de setembro no Brasil foi palco de grandes manifestações, tanto em apoio quanto em oposição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O jornal The New York Times destacou a expressiva presença de apoiadores, descrevendo um “mar de pessoas de verde e amarelo” nas principais capitais do país. A cobertura internacional lança luz sobre um momento crucial na política brasileira, com o ex-presidente enfrentando um julgamento decisivo.
Segundo o periódico americano, os atos pró-Bolsonaro se destacaram em tamanho, ocorrendo em meio ao processo judicial que pode culminar em sua condenação por tentativa de golpe após as eleições de 2022. A reportagem ressalta que o julgamento, em sua fase final no Supremo Tribunal Federal, pode resultar em uma pena de mais de 40 anos de prisão para o ex-presidente.
Apesar da gravidade da situação, as manifestações de apoio foram marcadas por um clima festivo e pacífico. Lideranças políticas de direita discursaram, e os filhos de Bolsonaro marcaram presença. Ambulantes vendiam comidas e bebidas, enquanto bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos eram exibidas, demonstrando um alinhamento ideológico com o cenário político norte-americano.
“É perseguição política. E Trump está nos ajudando, ele vê o que está acontecendo aqui”, declarou Davidson Roque, vendedor de comida que participou do ato em São Paulo, conforme citado pelo The New York Times. A frase ilustra a crença de alguns apoiadores na influência externa, especialmente dos Estados Unidos, no cenário político brasileiro.
Enquanto isso, grupos de esquerda, intelectuais e ativistas se reuniram no Rio de Janeiro para protestar contra Bolsonaro. Cartazes com mensagens como “derrotar Trump” e ilustrações do ex-presidente atrás das grades demonstravam a insatisfação e o desejo por sua condenação. Os manifestantes também criticaram o que consideram interferências dos EUA no processo judicial.
A reportagem do New York Times também aborda a crescente discussão no Congresso sobre uma possível anistia a Bolsonaro e seus aliados. A medida é vista como um ponto central para o futuro político do ex-presidente, podendo evitar sua prisão, mas também impedí-lo de concorrer a cargos eletivos novamente.