Expectativa de condenação prevalece entre os ministros do Supremo Tribunal Federal.
A tendência de condenação de Bolsonaro se mantém após sustentações orais no STF.
Ministros mantêm tendência de condenar Bolsonaro
As sustentações orais apresentadas no Supremo Tribunal Federal (STF) representam um momento crucial para o julgamento de Jair Bolsonaro e outros réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 2022. Apesar das oito horas dedicadas aos argumentos de defesa, as expectativas são de que isso não altere significativamente a postura dos ministros da Primeira Turma. A tendência geral aponta para uma conclusão de condenação para o ex-presidente e outros envolvidos.
O que foi decidido até agora no julgamento
Na última terça-feira (2), iniciou-se o julgamento da ação penal que posiciona Bolsonaro como líder da tentativa de golpe. Durante a semana, foram analisados os relatórios do caso, as alegações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e as defesas dos réus. Os ministros da Primeira Turma devem se manifestar sobre a culpabilidade dos réus, e a previsão é de que os votos sejam longos, com o relator dedicando pelo menos um dia para sua apresentação.
A expectativa é que as divergências entre os ministros se tornem evidentes já na fase inicial de apreciação das questões processuais, mas a maioria dos réus ainda deve enfrentar condenações. Essa percepção é corroborada por dois ministros e assessores do tribunal ouvidos.
O que esperar dos próximos desdobramentos
Com o julgamento evoluindo, a análise da delação do tenente-coronel Mauro Cid será um ponto chave. O ministro Luiz Fux expressou reservas quanto à colaboração de Cid, o que pode gerar divergências com outros ministros como Alexandre de Moraes. A delação é considerada um dos pilares da denúncia da PGR e sua manutenção é amplamente esperada, embora a discussão sobre seus termos e benefícios oferecidos ao colaborador possa se intensificar.
Quem é quem no caso
#### Jair Bolsonaro
Ex-presidente do Brasil, acusado de liderar a tentativa de golpe. Sua defesa argumenta que não há provas que o vinculem aos crimes imputados.
#### Walter Braga Netto
General e ex-ministro que também enfrenta acusações. Sua defesa contesta a validade da delação de Cid, alegando irregularidades no processo.
#### Tenente-coronel Mauro Cid
Colaborador cuja delação é central ao caso. As defesas argumentam pela anulação de seus termos, questionando a legitimidade do acordo.
Números do caso
- 5 ministros fazem parte da Primeira Turma do STF
- 2 ministros mostraram-se sensíveis às defesas apresentadas
- 2 sessões adicionais foram agendadas para a continuidade do julgamento
- 1 dia mínimo esperado para o relator apresentar seu voto
As próximas semanas serão decisivas para os réus, uma vez que as discussões sobre as penas e suas implicações podem se prolongar. O debate sobre a dosimetria das penas também será um momento de atenção, pois definirá a duração das prisões e os possíveis benefícios aos condenados. Com a expectativa de que o julgamento se estenda, os analistas políticos e jurídicos estarão atentos às movimentações no STF e às reações da sociedade.