Futuro da missão da Nasa está incerto devido a cortes no orçamento.
A missão Juno da Nasa pode ser encerrada devido a cortes no orçamento.
Missão Juno e seu futuro incerto
Após 14 anos de operação, a missão Juno da Nasa, que explora Júpiter, pode estar chegando ao fim. A etapa estendida da missão termina em setembro de 2025, e o governo não planeja financiar uma nova extensão, o que representa uma perda significativa para a ciência espacial. A sonda Juno já trouxe à tona muitos mistérios sobre Júpiter e ainda possui muito a revelar.
Importância da missão e suas descobertas
Scott Bolton, cientista-chefe da missão, defendeu a continuidade do projeto em um documento da ONG Planetary Society, ressaltando a importância de investigar regiões inexploradas do sistema joviano. A próxima fase da missão incluiria sobrevoos das luas Tebe, Amalteia, Adrasteia e Métis, que poderiam fornecer dados valiosos sobre o ambiente espacial e a segurança nacional.
Lançada em 2011, a Juno chegou a Júpiter em 2016, tornando-se o segundo orbitador a visitar o planeta. Seu principal objetivo era investigar a estrutura interna de Júpiter, algo que a sonda anterior, Galileo, não conseguiu fazer. A Juno foi projetada para operar em uma órbita polar elíptica, permitindo que realizasse passagens a menos de 5.000 km da superfície do planeta, mesmo enfrentando o intenso cinturão de radiação ao redor de Júpiter.
Os desafios enfrentados pela Juno
A sonda sobreviveu a 35 órbitas na missão principal, coletando dados cruciais sobre a composição e a estrutura interna do planeta. Um dos principais objetivos era descobrir se Júpiter possui um núcleo metálico, essencial para entender sua formação. As análises mostraram que, embora exista um núcleo, ele é difuso e não denso, desafiando as teorias anteriores sobre a formação dos planetas.
Além de investigar o núcleo, a Juno proporcionou observações sem precedentes dos polos de Júpiter, revelando tempestades persistentes que têm intrigado os cientistas. A capacidade da sonda de capturar imagens do planeta e suas luas tem sido fundamental para ampliar o conhecimento sobre o sistema joviano.
O impacto dos cortes orçamentários
Com o fim da missão primária em julho de 2021, a Nasa havia decidido estender a operação da Juno até setembro de 2025. No entanto, o orçamento proposto pela administração atual prevê cortes drásticos de 47% no programa científico da Nasa, incluindo o cancelamento de 41 missões em andamento. Este cenário leva à incerteza sobre o futuro da Juno, uma vez que as missões de Júpiter em desenvolvimento levarão anos para serem lançadas e operacionais.
A equipe de Bolton esperava uma nova extensão até outubro de 2028, dado que a sonda ainda está saudável e capaz de fornecer mais dados. Contudo, o atual contexto político e orçamentário torna essa expectativa incerta. A Juno já superou desafios extremos em sua missão, mas a ciência americana enfrenta um colapso que poderá afetar sua continuidade.
O que acompanhar a partir de agora
Os próximos meses serão cruciais para a missão Juno. A pressão para o financiamento de missões científicas aumentará conforme o prazo de setembro de 2025 se aproxima. O Congresso pode agir para proteger a missão, mas as propostas atuais são alarmantes. A comunidade científica e o público em geral devem ficar atentos ao andamento das discussões orçamentárias e ao futuro da exploração de Júpiter, uma vez que a Juno ainda possui muito a oferecer ao entendimento do maior planeta do Sistema Solar.