O que a PF fez com os US$ 14 mil apreendidos na casa de Bolsonaro

Investigação sobre a origem do montante continua em andamento

A Polícia Federal mantém sob custódia valores apreendidos na casa de Jair Bolsonaro durante uma operação em julho.

O que a PF fez com os US$ 14 mil apreendidos

A Polícia Federal (PF) continua a custódia dos valores em dólares apreendidos na residência e no escritório do ex-presidente Jair Bolsonaro, em decorrência de uma operação realizada em julho. Essa investigação busca apurar a origem dos US$ 14 mil encontrados, dos quais US$ 7,4 mil estavam escondidos em uma gaveta de cuecas do ex-presidente e US$ 6 mil foram descobertos em seu escritório, localizado na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília.

Além dos dólares, a PF também apreendeu R$ 8,3 mil que estavam no escritório de Bolsonaro. Esse montante foi posteriormente depositado em sua conta na Caixa Econômica Federal, situada na Asa Sul, Brasília. A operação, deflagrada em 18 de julho e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, incluiu medidas restritivas que obrigaram Bolsonaro a usar uma tornozeleira eletrônica.

Detalhes da operação e outros itens encontrados

Na mesma operação, os agentes da PF encontraram não apenas o dinheiro, mas também uma petição da empresa norte-americana Rumble, relacionada a uma ação judicial movida contra Moraes nos Estados Unidos. Além disso, um pendrive foi apreendido, mas de acordo com a PF, seu conteúdo não é relevante para a investigação. O dispositivo continha informações sobre a Medicalfix, uma empresa de equipamentos médicos e odontológicos da qual um amigo de Bolsonaro é sócio.

Os investigadores ainda encontraram anotações manuscritas no porta-luvas de um dos veículos de Bolsonaro, que fazem referência à delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Esses registros, que não foram incluídos no inquérito que resultou na indiciamento de Bolsonaro por coação, são considerados potencialmente significativos. As anotações parecem formar uma linha do tempo baseada nas informações fornecidas por Cid em sua colaboração com a Justiça.

Anotações que revelam estratégias de defesa

As anotações encontradas contêm frases que podem sugerir estratégias de defesa de Bolsonaro. Em um dos registros, ele afirma: “Não existiam grupos, apenas indivíduos […] considerando – 2 ou 3 reuniões. Defesa + sítio + prisão – várias autoridades. Previa: comissão eleitoral nova eleição”. Em outro trecho, ele questiona a legitimidade de um “decreto de golpe”, afirmando que “golpe não é legal, constituição, golpe é conspiração”. Além disso, há uma anotação datada de “29/nov”, mencionando um “plano de fuga” do GSI caso a presidência fosse sitiada.

Esses detalhes levantam questões sobre a natureza das investigações e o que a PF pode descobrir sobre a origem dos valores apreendidos. A expectativa é que a apuração prossiga em busca de esclarecimento sobre os fatos e o papel de Bolsonaro nesse contexto.

As repercussões da operação ainda estão se desdobrando, e a investigação se concentra em determinar se as quantias apreendidas têm alguma relação com atos ilícitos ou se são parte da rotina financeira do ex-presidente. A continuidade dessa apuração será essencial para entender o impacto das informações reveladas e as possíveis consequências legais para Jair Bolsonaro.

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