Entenda como a crise climática afeta desigualmente diferentes regiões e populações.
A crise climática não é sentida da mesma forma por todos. Entenda o conceito de justiça climática.
A justiça climática é um conceito que reflete a desigualdade na forma como os efeitos da crise climática são distribuídos entre diferentes populações e regiões. Em 2024, o Brasil registrou o ano mais quente de sua história, e cidades como Melgaço, no Pará, exemplificam essa realidade. Com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito baixo, a cidade enfrenta temperaturas extremas em condições precárias, onde muitas residências são de palafitas e não têm acesso a energia elétrica ou isolamento térmico. Esse contraste destaca como o calor intenso impacta de maneira desigual, dependendo das condições de vida.
O impacto desproporcional nas populações
Os efeitos da crise climática são visíveis em todo o mundo, mas os países tropicais, como o Brasil, são os mais afetados, apesar de não serem os principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. No Pacífico, por exemplo, o país insular de Tuvalu enfrenta a ameaça de desaparecer devido ao aumento do nível do mar, já que seu ponto mais alto está apenas a cinco metros acima do nível do mar.
Este cenário revela que a crise climática não é apenas uma questão ambiental, mas também social, ampliando desigualdades existentes e expondo as vulnerabilidades de populações menos favorecidas. A participação dos países desenvolvidos é crucial, já que eles são os maiores responsáveis históricos pela emissão de poluentes. É fundamental que esses países financiem a adaptação e a transição das regiões que mais sofrem com as mudanças climáticas.
Desafios da COP30
A COP30, que acontecerá em novembro em Belém, terá como um dos principais focos discutir como garantir recursos para que os países emergentes possam enfrentar os extremos climáticos. A conferência irá abordar estratégias para avançar rumo a uma economia menos poluente e como os países ricos devem contribuir para essa transição. A necessidade de ações concretas e financiamento adequado será um tema central, dada a urgência da situação climática atual.
A justiça climática é, portanto, uma questão de equidade, que demanda uma resposta global coordenada. As vozes dos países em desenvolvimento precisam ser ouvidas e as soluções devem ser coletivas, reconhecendo que todos têm o direito de viver em um ambiente saudável, independentemente de sua localização geográfica ou nível de desenvolvimento econômico.