Operação prende suspeitos de comandar venda de drogas na Cracolândia

Ação busca desarticular o tráfico na Favela do Moinho em São Paulo

Sete pessoas foram presas na operação que desarticula o tráfico de drogas na Favela do Moinho, em São Paulo.

Ação contra o tráfico de drogas na Cracolândia

Na segunda-feira, 8 de setembro de 2025, a Polícia Militar e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) realizaram a Operação Sharpe, que resultou na prisão de sete indivíduos suspeitos de liderar o tráfico de drogas na Favela do Moinho, uma área crítica em São Paulo, conhecida por sua relação com a Cracolândia. O grupo, segundo as investigações, não apenas controlava a venda de entorpecentes, mas também extorquia moradores que desejavam sair da comunidade.

A Operação Sharpe é um desdobramento da Operação Salus et Dignitas, que foi lançada em agosto de 2024 com o objetivo de desmantelar redes criminosas na capital paulista. Durante a ação, foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 21 mandados de busca e apreensão, realizados por agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado), MP-SP, Polícia Militar e Polícia Civil.

Detidos na operação e suas conexões

Entre os detidos está Alessandra Moja, irmã de Leonardo Moja, conhecido como Leo do Moinho, um dos principais líderes do tráfico na região antes de sua prisão em 2024. Alessandra se apresentava como uma líder comunitária, mas de acordo com as autoridades, sua verdadeira função era proteger os interesses do irmão, que é identificado como membro do PCC (Primeiro Comando da Capital). Além dela, sua filha também foi presa durante a operação.

Outros presos incluem José Carlos Silva, considerado o substituto de Leo no tráfico, e Jorge de Santana, que operava um estabelecimento que funcionava como depósito de armas e drogas. Leandra Maria, Paulo Rogério e Cláudio Celestino também foram detidos, cada um com papéis significativos no esquema de tráfico e extorsão.

O impacto da operação e as estratégias criminosas

O MP-SP revelou que, mesmo após ações anteriores que desmantelaram pontos de uso aberto de drogas, o PCC ainda mantém controle sobre a Favela do Moinho. A organização criminosa continuava a emitir ordens e intimidar funcionários da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que tentavam oferecer moradia a moradores da região. Além disso, os criminosos exigiam pagamentos dos moradores que aceitavam propostas de remoção para fora da comunidade.

A investigação também trouxe à tona a manipulação de movimentos sociais na favela, que eram financiados pela organização criminosa para dificultar a remoção das famílias. Essa tática visa manter o controle sobre a população local, evitando que os moradores tenham acesso a alternativas habitacionais.

Iniciativas governamentais para a comunidade

Desde abril de 2025, o governo de São Paulo lançou a Operação Dignidade Comunidade do Moinho, um programa que busca oferecer moradia digna aos habitantes da favela. A iniciativa conta com o apoio do governo federal e tem como objetivo remover as 824 famílias que ainda residem na comunidade, que está situada entre duas linhas ferroviárias. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretende transformar a área em um parque público, parte do projeto Parque do Moinho.

Dados do governo estadual indicam que mais da metade dos moradores já deixou a Favela do Moinho. Essa remoção é vista como um passo importante para desmantelar a estrutura criminosa que ainda opera na região, embora as autoridades reconheçam que o PCC continua a usar a favela como base para suas atividades ilegais e armazenamento de armamentos.

As ações do governo e as operações policiais visam não apenas combater o tráfico de drogas, mas também reverter os danos sociais causados pela presença criminosa na região, oferecendo aos moradores oportunidades de habitação e segurança.

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