Integração que transforma vidas
Mais de 15 mil estudantes estrangeiros estão matriculados na rede estadual do Paraná. Eles vêm de 78 nacionalidades diferentes, com destaque para venezuelanos, haitianos e paraguaios, que somam cerca de 12 mil matrículas.
Diante do aumento da demanda, especialmente de alunos que ainda não dominam o português, a Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) ampliou estratégias de acolhimento e inclusão nas escolas públicas estaduais.
Barreira linguística e soluções criativas
Um dos exemplos vem de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. No Colégio Ivonete Martins de Souza, cerca de 60 alunos estrangeiros estão matriculados. Para facilitar a adaptação, a escola inseriu esses estudantes no Programa de Melhoria da Aprendizagem (PMA), com aulas semanais de português como segunda língua.
As atividades são coordenadas pela professora Franciele Pacheco das Neves, com materiais didáticos específicos para estrangeiros. “Buscamos desenvolver competências linguísticas, mas também acolher e integrar culturalmente”, afirma Franciele.
Depoimentos que emocionam
Milka Zuluy Pérez Vielma, venezuelana de 15 anos, comemora os avanços. “Estou muito feliz por estar aprendendo a língua e me sentindo incluída.” Já a haitiana Nashlie Charite, de 12 anos, destaca a importância do apoio dos colegas: “Estou aprendendo bastante e me sentindo muito bem aqui.”
O diretor da unidade, Syllas Moreira da Fonseca Neto, afirma que a ênfase na conversação fortalece a confiança e a integração dos alunos.
Apoio entre pares: uma rede de acolhimento
No Colégio Estadual Cívico-Militar Emília Buzato, em Campo Magro, estudantes mais experientes ajudam os recém-chegados. Ao todo, cinco jovens atuam como monitores voluntários, mediando a comunicação e facilitando a ambientação escolar.
Frisna Orellos Hatiana, haitiana de 16 anos, explica como auxilia: “Às vezes ajudo a escola a conversar com os pais dos estudantes. Quando ligam para casa e o responsável não fala português, eu traduzo.”
A escola ainda promove o projeto Saberes, com ações trimestrais sobre diversidade cultural, identidade e respeito.
Garantia de direitos e educação para todos
A Deliberação nº 09/01 do Plano Estadual de Educação garante acesso à escola para todos, independentemente de nacionalidade ou documentação. Mesmo sem comprovação de escolaridade, o estudante pode ingressar por prova de classificação, idade compatível ou revalidação de estudos.
Além disso, alunos que não dominam o idioma podem frequentar o curso gratuito de Português para Falantes de Outras Línguas (Pfol), oferecido pela rede estadual, inclusive aos familiares.
Estrutura de apoio além da sala de aula
O Estado ainda conta com o Centro Estadual de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas (Ceim-PR), em Curitiba. O espaço oferece apoio jurídico, psicológico, social e educacional.
Compromisso com uma escola acolhedora
“O Paraná está construindo uma educação cada vez mais inclusiva, que valoriza a diversidade e oferece oportunidades reais para todos”, afirma o secretário da Educação, Roni Miranda.
Mais de 15 mil estudantes estrangeiros estão matriculados na rede estadual do Paraná – e com políticas públicas, respeito e empatia, esse número se traduz em histórias de superação, aprendizado e transformação.
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