Estudo aponta que a dificuldade em sentir cheiros pode ser um sinal da doença
Dificuldade em sentir cheiros pode ser um sinal precoce do Alzheimer, segundo estudo.
Um novo estudo publicado na revista Nature Communications sugere que a dificuldade em sentir cheiros pode ser um sinal precoce do Alzheimer. Os pesquisadores acreditam que essa condição pode ser instrumentalizada para identificar casos prematuros da doença. A perda de olfato já havia sido associada a outras demências, como o Parkinson, e agora também se destaca como um preditor do Alzheimer.
O que diz o estudo sobre a relação entre olfato e Alzheimer
Os pesquisadores descobriram que a resposta imune do cérebro está envolvida no ataque de fibras neuronais ligadas ao sistema de processamento dos cheiros. Esse ataque remove as conexões entre o bulbo olfativo e o locus ceruleus, áreas essenciais para a percepção olfativa. O estudo revela que, em estágios iniciais do Alzheimer, ocorrem mudanças nas fibras nervosas que ligam essas regiões, ativando o sistema de defesa do cérebro.
Importância da detecção precoce
Os resultados da pesquisa abrem novas possibilidades para a identificação de pacientes em risco de desenvolver Alzheimer em estágios precoces. Com isso, é possível encaminhar essas pessoas para exames de biomarcadores e implementar mudanças no estilo de vida que podem ajudar a prevenir o avanço da doença. Pesquisadores brasileiros já desenvolveram um dispositivo chamado MultiScent 20, que ajuda na detecção precoce de doenças neurodegenerativas através da identificação de fragrâncias.
Implicações para a saúde pública
A perda de habilidades sensoriais, como o olfato, é considerada um fator de risco importante para o avanço do Alzheimer. É fundamental que familiares e profissionais de saúde fiquem atentos a qualquer indício de perda sensorial e busquem diagnósticos adequados para descartar causas subjacentes. O rastreamento preventivo é recomendado a partir dos 57 anos, e o uso de exercícios olfativos pode ajudar a atrasar o surgimento da doença.
Conclusão
Compreender a relação entre a perda de olfato e o Alzheimer pode transformar a abordagem no diagnóstico e tratamento da doença, promovendo uma maior qualidade de vida aos pacientes.