Uma nova pesquisa do instituto Gerp, divulgada pela revista Exame, indica um cenário eleitoral desafiador para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Os resultados, que mostram o petista sendo derrotado em diversos cenários, foram recebidos com preocupação no governo, levantando questões sobre o projeto de reeleição. A pesquisa surge em um momento de tensões políticas e econômicas tanto no plano nacional quanto internacional.
O governo enfrenta uma complexa combinação de fatores adversos. No exterior, a imposição de tarifas pelos Estados Unidos e sanções contra ministros do STF intensificam a pressão. Internamente, o Planalto lida com um escândalo envolvendo a Previdência, perda de apoio no Congresso e críticas à sua imagem, inclusive por parte da imprensa internacional.
Além do cenário político, a economia também apresenta desafios. Apesar de alguns indicadores divulgados pelo IBGE, questionados por alguns setores, o poder de compra da população permanece em baixa. A alta do dólar, a inflação e as taxas de juros elevadas contribuem para o aumento do custo de vida, enquanto a carga tributária crescente tenta equilibrar as contas públicas.
A pesquisa Gerp, conhecida por sua precisão em eleições passadas, revela um quadro desfavorável para Lula. O levantamento aponta derrotas para Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Eduardo Bolsonaro, Ratinho Jr. e Ciro Gomes. Contra Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Pablo Marçal, o presidente aparece em empate técnico, sem vantagem significativa.
No primeiro turno, Bolsonaro lidera com 38% das intenções de voto, seguido por Lula com 32%. Ciro Gomes alcança 5%, Ratinho Jr. 4%, Romeu Zema e Pablo Marçal 3% cada, e Ronaldo Caiado 2%. Em simulações de segundo turno, Lula é derrotado em quase todos os cenários, incluindo uma possível reedição da disputa de 2022 contra Jair Bolsonaro, onde a diferença chega a 11 pontos.
A pesquisa também simulou um cenário com Geraldo Alckmin como candidato, obtendo entre 14% e 15% das intenções de voto. Esse resultado, considerado baixo, sugere uma dificuldade na transferência de votos de Lula para um eventual sucessor. A pesquisa Gerp ouviu 2.000 eleitores em todo o país entre 22 e 27 de agosto de 2025, com uma margem de erro de 2,24 pontos percentuais.