
Um estudo inédito da consultoria socioambiental Tewá 225 revelou um cenário alarmante para as mulheres em diversas cidades brasileiras. Ponta Grossa aparece entre as 10 piores cidades para ser mulher no Brasil, ocupando a 10ª posição do ranking nacional. O levantamento analisou 319 municípios com mais de 100 mil habitantes e usou como base indicadores de desigualdade de gênero.
Paraná tem a pior colocação do país
O estado do Paraná lidera o ranking negativo com Paranaguá, que obteve o pior índice entre todas as cidades pesquisadas. Ponta Grossa aparece logo abaixo de municípios como Macaé (RJ), Camaçari (BA) e Açailândia (MA), com uma pontuação de apenas 23,25 — em uma escala onde índices baixos indicam alta desigualdade de gênero.
Indicadores preocupantes
A pesquisa analisou diversos fatores, como:
• Taxa de feminicídio
• Desigualdade salarial entre homens e mulheres
• Representatividade feminina nas câmaras municipais
• Taxa de jovens mulheres (15 a 24 anos) que não estudam nem trabalham
Além disso, o estudo cruzou dados com raça, biomas e características regionais, para entender como diferentes realidades influenciam as oportunidades disponíveis para mulheres.
Dados revelam desigualdade estrutural
De acordo com o levantamento:
• 99% das cidades analisadas têm taxas de feminicídio acima do parâmetro da ONU (3 mortes por 100 mil habitantes).
• 96% das câmaras municipais têm menos de 30% de representação feminina.
• Em 68% das cidades, as mulheres recebem salários menores que os homens.
Um chamado à mudança
“Nossa expectativa é que este ranking seja um ponto de partida para ações concretas, impulsionando as gestões a promoverem mudanças reais e a construírem um futuro mais justo e igualitário para todas as mulheres”, afirmou Luciana Sonck, coordenadora executiva da pesquisa.