Os preços do leite seguem em alta no Brasil, mas a expectativa é de queda nos próximos meses, segundo um relatório do Rabobank. O banco holandês avalia que a desaceleração na demanda e o aumento da produção devem pressionar os valores para baixo até o fim do segundo trimestre de 2025.
Produção segue em crescimento
O estudo aponta que os custos com ração estabilizados e os preços elevados ao produtor têm impulsionado a rentabilidade no campo desde o fim de 2023. Atualmente, a receita menos o custo da ração supera R$ 40 por vaca ao dia, segundo o Milkpoint Mercado.
Esse cenário incentivou a produção, que deve crescer 3,5% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao ano anterior. No segundo trimestre, a tendência é de desaceleração, com alta prevista de 2,5%.
Demanda perde força
Nos últimos dois anos, a demanda por lácteos cresceu, beneficiando o setor. No entanto, para 2025, a projeção é de uma desaceleração, com crescimento real de apenas 1% nos salários médios.
O relatório do Rabobank destaca que esse enfraquecimento do consumo, aliado à maior oferta de leite, deve puxar os preços para baixo a partir do final do segundo trimestre de 2025.
Importações e mercado internacional
As importações de lácteos devem permanecer elevadas no Brasil no segundo trimestre de 2025, mas em níveis menores que em 2024. Isso ocorre devido a fatores como preços mais altos das commodities, aumento da produção interna e demanda mais moderada.
A produção de leite na Argentina também deve crescer, mas com foco no mercado interno, reduzindo a competitividade das exportações.
Clima pode influenciar oferta
Outro fator de atenção é a volatilidade climática, principalmente na região Sul do Brasil, que tende a aumentar a produção durante o inverno.