Primeiro município do Brasil a utilizar gás biometano para abastecimento urbano
Presidente Prudente é o primeiro município do Brasil a utilizar biometano para abastecimento urbano, com iniciativa que pode gerar empregos e reduzir emissões de gases.
Presidente Prudente, no interior de São Paulo, é o primeiro município do Brasil a utilizar o gás biometano para o fornecimento urbano. A ligação do primeiro cliente com abastecimento ocorreu na quinta-feira (11), como parte da iniciativa da cidade para impulsionar a transição energética e a redução de gases do efeito estufa, informou em comunicado a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.
O que é o biometano e sua produção
O biogás é produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar, como bagaço, palha, vinhaça e torta de filtro. Posteriormente, pode ser purificado para gerar biometano, que será distribuído em Presidente Prudente. Com aproximadamente 5,5 milhões de hectares destinados à cultura da cana, São Paulo se destaca como o maior produtor do país da cultura.
Cerimônia de inauguração e investimentos
A cerimônia foi realizada no restaurante Beef Company Steakhouse & Grill, primeiro estabelecimento da cidade a receber a fonte de energia renovável diretamente da Usina Cocal no município de Narandiba, cidade próxima a Presidente Prudente. As obras para o primeiro gasoduto destinado de forma exclusiva ao transporte de biometano no país foram iniciadas em junho e já estão 80% concluídas. Para o projeto, segundo a secretaria, estão sendo investidos cerca de R$ 12 milhões, com a expectativa de atender cerca de 5 mil pessoas e 58 estabelecimentos numa rede de 44 km.
Benefícios e expectativas do projeto
Além do restaurante, o gás será ligado em um hotel e em uma padaria na cidade nessa primeira etapa. “Fico feliz de ver São Paulo dando exemplo para o Brasil. Com essa ligação, Presidente Prudente se torna um município modelo e referência, sendo a primeira cidade verde do Brasil”, disse em nota o secretário de Agricultura, Guilherme Piai.
Impacto na sustentabilidade e criação de empregos
Estudos da Fiesp e do governo de São Paulo de 2024 mostram que a ampliação da produção de biometano tem potencial para criar até 20 mil empregos e contribuir para uma redução de até 16% nas emissões previstas pelas metas climáticas estaduais. A projeção é que a produção possa aumentar de 0,4 milhão para 6,4 milhões de m³/dia, cobrindo assim 40% da demanda de gás natural.